Como Salvar Sua Família da Ruína e da Destruição
“Sede sóbrios e vigilantes! O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1 Pedro 5:8). A Bíblia nos diz mui claramente que nestes últimos dias a igreja de Jesus Cristo enfrenta a ira de um diabo totalmente ensandecido. Satanás sabe que seu tempo está acabando, e está decidido a devorar o povo de Deus. “Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Apocalipse 12:12).
Contra quem o diabo direciona a sua ira? Seu alvo são as famílias - tanto as salvas quanto as não salvas - no mundo inteiro. Ele está rugindo como leão esfomeado, atacando lares para devorá-los. Seu propósito infernal é destruir casamentos, distanciar filhos, pôr os membros das famílias uns contra os outros. O alvo é simples: ele procura levar ruína e destruição a todo lar que puder.
Jesus referiu-se a esta obra demoníaca quando descreveu Satanás, dizendo: “Ele foi homicida desde o princípio” (João 8:44). De fato, vemos o plano destrutivo do inimigo contra a primeiríssima família da terra. Foi o diabo que entrou em Caim e o convenceu a matar o irmão, Abel.
E esse homicida ainda está em ação. Estes últimos anos revelam isso através de maneiras terríveis. Há quatro anos atrás, o diabo se apoderou de dois garotos adolescentes no estado norte-americano do Colorado, e instigou-os a uma violentíssima destruição. Quando os dois garotos irromperam no Ginásio de Columbine com ímpeto homicida dos infernos, o mundo ficou atônito. Balearam uma adolescente cara a cara enquanto ela estava ajoelhada, orando; uma garota que conheciam e respeitavam. Quem, além do próprio Satanás os impulsionaria a fazer isto?
Penso na ruína que tal fato causou tanto sobre as famílias das vítimas quanto dos homicidas. Houve suicídios, distúrbios mentais, divórcios, parentes traumatizados. A destruição causada por esse incidente ainda ecoa acima do imaginável. E os pais e amigos dos envolvidos chorarão por toda a vida.
Um ano depois, Kathleen Hagen, uma pioneira no campo da urologia formada em Harvard, entrou sorrateiramente no quarto dos seus idosos pais enquanto dormiam, na cidade de Chatham, Nova Jérsey, e os asfixiou com um travesseiro. O pai tinha 92 anos e a mãe, 86. Ela, então, continuou morando na casa por vários dias, ignorando os cadáveres no quarto. Ao ser presa, parecia confusa e desgrenhada, porém sem qualquer remorso pelo que fizera. Os psicólogos não souberam como explicar por que uma mulher tão culta asfixiaria os pais, e depois continuaria a vida como se tudo fosse normal.
Pense na devastação nunca mencionada nesta horrível história criminal. A dor dos membros da família, a angústia dos netos – que ruína e destruição horríveis. Quem além de Satanás, poderia ter levado uma mulher tão respeitada a matar seus pais, sem razão aparente?
Há poucos anos, o jornal The New York Times publicou uma reportagem perturbadora: “Pais Cansados Entregam Seus Filhos”. O artigo falava sobre o número cada vez maior de pais frustrados que estavam levando os filhos a um tribunal para entregá-los voluntariamente à custódia do Estado, na corte de Manhattan, para adoção. Simplesmente eles não conseguiam mais controlá-los. Um pai não conseguia cuidar do filho adolescente, depois que a mãe do rapaz morreu. Um outro pai entregou a filha adolescente porque ela estava vivendo de um jeito muito louco, totalmente sem controle. Os funcionários do tribunal que escutaram estes casos estavam desnorteados. Um juiz perguntou à mãe que havia trazido a filha: “Você não a quer? Não gostaria de levá-la de volta para casa?” A mãe, esgotada, movimentou a cabeça sinalizando que não. A jovem então irrompeu em soluços incontroláveis.
O artigo assinalava que as famílias estavam se desintegrando numa velocidade enorme. As Varas da Família de Nova York estavam sobrecarregadas com os casos. Muitos dos filhos deixados em lares para adoção logo ficavam piores. Alguns deles acabavam fugindo e vivendo nas ruas.
Especialmente impressionante foi outra reportagem que relatava sobre uma nova raça de drogados. Na manchete se lia: “Filhos Usando Drogas Em Casa Com Os Pais”. Evidentemente, 30 por cento dos viciados de hoje dizem que se viciaram em casa através dos pais, os quais os introduziram as drogas. Como pode acontecer uma coisa destas?
Estes pais tinham sido usuários de drogas na adolescência. Então, mais tarde, quando os filhos chegaram à adolescência, os pais pensaram: “Nós usamos drogas, mas sobrevivemos. E estamos ótimos hoje. É melhor que nossos filhos usem drogas em casa do que nas ruas. E é melhor que aprendam a usá-las conosco do que com amigos inexperientes”. Assim ensinaram os filhos como fumar maconha, cheirar cocaína e usar agulhas. Desta maneira, raciocinaram, eles poderiam controlar o uso de drogas dos filhos.
Mas o resultado disso chegou. Os filhos se viciaram, e suas vidas saíram de controle. Muitos saíram de casa e estão vivendo nas ruas. Estão bravos com os pais, desiludidos por seu horrível conselho. E estão marginalizados pela sociedade, sem futuro. Agora os pais estão de coração partido, cheios de culpa, derramando lágrimas que chegaram tarde demais. Pergunto: como pode um pai tomar uma decisão tão insensata? Eles levaram ruína sobre sua própria família. Quem, além de Satanás, poderia ter cegado os seus olhos?
As tragédias que atormentam famílias hoje são inacreditáveis. E os exemplos que mencionei são somente aqueles que estão acontecendo em nosso país. No resto do mundo um diabo enfurecido está fazendo estragos. E ele não vai parar enquanto não devorar toda família que estiver no seu caminho.
Muitas famílias crentes foram arruinadas pelo caos, tristeza e dor. E a devastação demoníaca chegou de muitas formas: através do divórcio, de filhos rebeldes, de vícios de todas as espécies. Entretanto o resultado é sempre o mesmo: uma família antes feliz é desintegrada e devorada.
Vi tudo isto por experiência própria por mais de quarenta anos, com a chegada de viciados e de alcoólatras aos centros de reabilitação de drogas do nosso ministério. Viciados em drogas e alcoólatras procuravam nossos centros de recuperação para receber ajuda. Era uma alegria ver aqueles homens e mulheres devastados sendo maravilhosamente salvos e libertos da escravidão. Jesus de maneira sobrenatural os transformava em novas criaturas.
Um dos sinais mais seguros de uma genuína conversão era quando um jovem ou uma mulher olhava para o seu passado e começava a perceber o quê Satanás lhe havia roubado. Soluçavam enquanto apertavam uma foto toda amassada do cônjuge, dos filhos ou dos pais. Como viciados, não haviam se importado de perder a família; sua única preocupação era o álcool e as drogas. Mas agora choravam copiosamente pelo que haviam perdido. Apontavam a foto e diziam: “Pastor David, esta é minha esposa. Ela me amava e eu a ela. E este é o meu filhinho. Mas agora não sei onde estão. Veja o que perdi...”.
Era trágico, devastador. Em tais momentos, você entende o poder destruidor de Satanás sobre estas famílias. Na verdade, a maior tragédia nunca era o mal que o vício fizera aos corpos devastados e abatidos, produzindo semblantes vazios. Pelo contrário, era o que fora roubado deles: um cônjuge, um filho, um futuro. Ainda pior era o que fora roubado dos filhos destas pessoas: uma chance de serem criados num lar piedoso, de conhecerem o amor de Jesus, de serem amados e alimentados por pais amorosos, de serem ensinados - através do exemplo - sobre como viver para o Senhor.
Afortunadamente, muitos desses ex-viciados foram abençoados por Deus com a restauração de suas famílias. Ou em alguns casos, encontraram uma nova família em seus companheiros de ministério. Mas continuo sofrendo com eles pela destruição que vivenciaram.
Agora volto ao título da mensagem: “Como salvar sua família da ruína e da destruição”.
Eis o que o Espírito Santo tem me revelado sobre esse assunto.
Chega uma hora que as circunstâncias da vida vão além da esperança humana. Não há conselho, nem médico, remédio, ou qualquer outra coisa que possa ajudar. A situação torna-se impossível. E requer um milagre, senão tudo acabará em devastação.
Em tais momentos, a única esperança que resta é que alguém se aproxime de Jesus. Alguém precisa ganhar o seu ouvido, sua atenção. Não importa quem seja - o pai, a mãe ou o filho. Esta pessoa precisa tomar a responsabilidade de se apropriar de Jesus. E precisa resolver que: “Não vou sair daqui enquanto não escutar a voz do Senhor. Ele precisa me dizer: ‘Está feito. Agora siga o seu caminho’”.
No evangelho de João, encontramos uma família que estava com este tipo de crise. “Ora, havia um oficial do rei, cujo filho estava doente em Cafarnaum” (João 4:46). Esta era uma família distinta, talvez até nobre. Um espírito de morte pairava sobre o lar, enquanto os pais cuidavam do filho moribundo. Poderia haver outros membros da família na casa, talvez tias e tios, ou avós, ou outros filhos. As escrituras dizem que toda a casa creu, incluindo os empregados. “... e ele creu (o pai) com toda sua casa” (4:53).
Alguém naquela casa infelicitada sabia quem era Jesus, e tinha ouvido sobre o seu poder milagroso. E de alguma forma chegou a notícia de que Cristo estava em Caná, a uns quarenta quilômetros de distância. Desesperado, o pai tomou sobre si o encargo de aproximar-se do Senhor. As escrituras dizem: “Tendo ouvido dizer que Jesus viera da Judéia para a Galiléia, foi ter com ele...” (4:47).
Através dos anos, dezenas de mães de nossa igreja têm me procurado chorando por suas famílias devastadas. Marido que abandonara a família, ou o filho que estava na prisão, ou a filha que se tornara prostituta para sustentar o vício de drogas. Muitas vezes, a mãe é a última esperança que a família tem para se aproximar de Jesus. Então ela assume a responsabilidade da intercessão. E se determina a orar até que o Senhor traga libertação. Ela conclama outros a orar com ela, dizendo: “Não há mais esperança. Precisamos de um milagre”.
O nobre homem de João 4 tinha este tipo de determinação, e conseguiu aproximar-se de Jesus. A Bíblia diz que ele “lhe rogou que descesse para curar seu filho, que estava à morte” (4:47). Que quadro maravilhoso de intercessão. Este homem deixou tudo de lado, e buscou ao Senhor para que lhe desse uma palavra.
No entanto Cristo lhe respondeu: “Se, porventura, não virdes sinais e prodígios, de modo nenhum crereis” (4:48). O que Jesus quis dizer com isto? Ele estava dizendo ao oficial que uma libertação milagrosa não era a sua necessidade mais premente. Na verdade, a questão número um era a fé deste homem. Pense sobre isto: Cristo poderia ter entrado na casa daquela família, imposto as mãos sobre o filho moribundo e o curado. Mas assim, tudo que a família saberia a respeito de Jesus era que operava milagres.
Cristo desejava mais para este homem e sua família. Queria que cressem que Ele era Deus encarnado. Por isto, disse basicamente isso ao oficial: “Você crê que é para Deus que você está suplicando para resolver esta necessidade? Você crê que sou o Cristo, o Salvador do mundo?”. O oficial respondeu: “Senhor, desce, antes que meu filho morra” (4:49). Neste momento, Jesus deve ter visto fé neste homem. É como se Jesus dissesse: “Ele crê que sou Deus em forma humana”. Porque logo em seguida lemos: “Vai, disse-lhe Jesus; teu filho vive” (4:50).
Infelizmente, muitos crentes seguem seu caminho antes de ouvirem Jesus. Mas este homem voltou à sua casa em fé. Qual foi a diferença? A diferença é que ele havia recebido uma palavra do Senhor. Buscara a Deus e esperara nEle em fé. E estava decidido a não ir embora até que recebesse uma promessa de vida. “O homem creu na palavra de Jesus e partiu” (4:50).
A igreja de Jesus Cristo deve se ocupar de ganhar almas, e a maioria dos cristãos são fiéis em fazer isto. Oramos pelas nações perdidas, por avivamento em nossas cidades e por nossos vizinhos não convertidos. Dou graças a Deus porque o seu povo está cumprindo esta obra vital.
Porém, eu pergunto: quem está orando fielmente por seu pai, mãe, irmã, irmão, primo, prima, ou pelos avós não salvos? Orar por nossos queridos deveria ser da maior importância em nossas vidas. Afinal, a responsabilidade por este tipo de oração recai sobre aqueles que têm acesso ao ouvido de Deus, que estão suficientemente próximos dEle para fazer um pedido. Agora, se este alguém não é você, então quem é? Quem há de orar fervorosamente pela salvação da sua família, se você não o faz?
Talvez você pense: “Já tenho testemunhado à minha família há anos. Tenho vivido meu testemunho com fidelidade diante deles. Eles conhecem as minhas convicções. Agora só me resta entregá-los aos cuidados de Jesus”. É verdade que devemos entregar nossos queridos não salvos ao ministério de convencimento produzido pelo Espírito Santo. Mas confiar no Espírito não significa deixar de orar com insistência em favor de nossa família. Se pararmos de interceder por eles, estamos na verdade dizendo: “É um caso sem apelação”.
Confiar no Senhor significa fazer exatamente o oposto. Se realmente confiamos nEle para a salvação e libertação de nossos queridos, clamaremos como aquele nobre: “Por favor, Jesus, venha já. Aja rápido, antes que meu ente querido se perca para sempre”. Somente oração agressiva e fervorosa pode combater os objetivos destrutivos de Satanás para arruinar nossa família. Orações feitas por pessoas cujos corações estão divididos não derrubarão as fortalezas dele. Precisamos ser chacoalhados das preocupações que temos conosco mesmos, e levar a oração a sério. E devemos ficar perto de Jesus até que a sua resposta venha.
Quando Jesus estava na região de Tiro e Sidom, “uma mulher cananéia ... clamava: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada” (Mt 15:22). Satanás havia invadido o lar desta mulher e possuído sua filha. A palavra “horrivelmente” é derivada da raiz gramatical que significa depravadamente. Resumindo, a garota era vil e corrompida, dominada por Satanás.
Mas esta mulher não era uma mãe do mal. Embora gentia, cria. Afinal, se dirigiu a Jesus como “Senhor, Filho de Davi”. Na verdade, estava dizendo: “Tu és o Salvador, o Messias de Deus”. Neste ponto, surge uma pergunta: como Satanás tem acesso ao filho de um cristão? Como pode possuir filhos que vivem num lar piedoso?
Talvez você seja um pai ou uma mãe cristão. Você criou seu filho na igreja e fez o melhor para mostrar-lhe o caminho certo. Mas agora, depois de anos freqüentando a Escola Dominical e ouvindo pregações ungidas na igreja, ele se tornou frio e indiferente às coisas de Deus. Ele não tem a mínima preocupação quanto a servir a Jesus. E você pergunta: “Senhor, como isto pode ter acontecido?”.
Ao longo dos anos, tenho visto isto acontecer com filhos de muitos ministros. Multidões destes jovens entraram em nossos centros de recuperação de drogados do Desafio Jovem por terem sido atingidos por vícios. Foram criados em lares cristãos, mas por algum motivo não deram certo. Suas vidas passaram a ser dominadas por forças demoníacas. E se viciaram em drogas, álcool, pornografia, prostituição.
Enquanto lê esta mensagem, você pode estar dando um suspiro de alívio dizendo: “Graças a Deus não é o caso do meu filho ou da minha filha. Tenho bons filhos. Tive muito empenho em criá-los no temor e no conhecimento do Senhor. Eles conhecem o caminho certo. Podem não estar pegando fogo por Jesus, mas pelo menos não estão usando drogas”.
Pais assim estão certos em serem agradecidos. No entanto, não temem que seus filhos possam estar mornos em relação a Jesus. De acordo com o próprio Senhor, o estado de mornidão é tão terrível quanto o da opressão demoníaca. Quando Cristo advertiu: “Estou a ponto de vomitar-te da minha boca...”, Ele não estava falando com viciados em drogas. Estava se dirigindo a cristãos mornos da sua igreja. Jesus sabe que um espírito de mornidão pode deixar qualquer cristão vulnerável a tentações diabólicas enviadas diretamente do inferno.
Seus filhos podem ser amáveis, educados, e bem-comportados. Podem fugir das companhias erradas, respeitar os mais velhos e ser moralmente íntegros. Mas se não têm seus corações inteiros de amor por Jesus – se estiverem apenas vagando espiritualmente – estão em perigo. Entenda isto: qualquer filho, criado num lar cristão, automaticamente se torna um alvo preferencial de Satanás. O diabo procura atacar as famílias que são mais fervorosas no seu amor por Jesus. Mas agora a frieza do seu filho torna a tarefa do inimigo mais fácil. Ele se deleitará ao ver quão fácil é enlaçar seu filho ou filha à escravidão do pecado.
Até os cristãos mais dedicados – inclusive ministros e líderes – podem estar cegos para a armadilha que Satanás tem preparada para os seus filhos que sejam espiritualmente passivos. O inimigo está, constantemente, buscando formas de apagar a menor faísca de vida espiritual que perceber neles. Rogo a você, pai cristão: não permita que o diabo alcance seu filho. Prostre-se sobre sua face diariamente, e cerque o seu jovem com intercessão. Deus lhe deu o poder de sacudi-lo desse estado de mornidão.
Quando meus filhos eram adolescentes, pensei que entrariam no reino de Deus pelo simples fato de que eu os amava. Falava comigo mesmo: “Sempre estarei presente para os meus filhos. Serei um amigo para eles. Só preciso lhes estar acessível, para que possam me comunicar suas necessidades”.
Então um dia, meu filho mais velho Gary, chegou em casa da escola, aos prantos. Foi direto para o quarto e se jogou na cama. Quando lhe perguntei o que estava havendo, ele respondeu: “Pai, não acredito que Deus exista. É tudo um mito”.
Eu soube naquele momento que todo o amor do mundo não resolveria este tipo de ataque demoníaco. E simplesmente ser capaz de me comunicar com meu filho não solucionaria o problema. Eu não podia me consolar, dizendo: “Esta é apenas uma fase ruim. Passará. Ele é um bom rapaz; e sabe que o amo”.
Não, eu tive que enfrentar o que estava acontecendo diante dos meus olhos: Satanás estava tentando roubar do meu filho a sua fé genuína e fervorosa. Eu vira Gary entregar a vida a Jesus com cinco anos de idade e sabia que sua fé era preciosa. Agora o inimigo queria esta fé. E ele estava tentando usar a dúvida e a incredulidade para destruí-la. Na verdade, Satanás estava alvejando o centro nevrálgico da nossa família: a nossa confiança em Jesus.
Eu sabia que só tinha uma opção. Entrei no meu lugar de oração, fechei a porta, prostrei-me com o rosto em terra, e me preparei para a batalha. Determinei, “Satanás, você não terá o meu filho!”. Daquele dia em diante, clamei ao Senhor em favor de Gary. Eu suplicava: “Senhor, guarde o meu filho do maligno”.
A mudança que no fim se deu em Gary não ocorreu da noite para o dia, nem dentro de uma semana, ou mesmo em meses. Ele continuou lutando com a confusão interior; mas chegou a hora em que a confiança de Gary em Jesus foi restaurada. E se você tem lido as minhas mensagens há algum tempo, sabe que Gary desde a sua adolescência tem servido a Deus em ministério de tempo integral. Ele é um consagrado apaixonado por Jesus. E neste último ano, tive o privilégio de pregar ao lado dele em reuniões de líderes.
Cada um dos meus outros três filhos teve a sua própria prova de fé. Mas assim como aconteceu com Gary, o Senhor foi fiel para dar a vitória a Debbie, Bonnie e Greg. Como o irmão, eles também se tornaram apaixonados por Jesus e servos no seu ministério. Entretanto, minha intercessão por minha família nunca cessou. Agora, minha esposa Gwen e eu nos unimos em oração com nossos filhos adultos para orar por nossos dez netos.
A mulher com a filha enferma persistiu em buscar a Jesus. Finalmente, os discípulos instaram com o Mestre: “Senhor, mande-a embora; livre-se dela. Ela não pára de nos perturbar”. Observe a reação de Jesus às súplicas da mulher: “Ele, porém, não lhe respondeu palavra” (Mt 15:23). Evidentemente, Ele estava ignorando toda a situação. Por que faria isto? Sabemos que nosso Senhor nunca se fez de surdo diante do clamor de qualquer pessoa que O buscasse com sinceridade.
A verdade é que Jesus sabia que a história desta mulher seria contada às gerações futuras. E Ele queria revelar uma verdade a todos que viessem a ouvi-la. Por isso, testou a tenacidade da fé daquela mulher. Quando finalmente se dirigiu a ela, disse: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (15:24). Em outras palavras, estava dizendo: “Vim trazer salvação aos judeus. Por que deveria desperdiçar o evangelho deles com uma gentia?”.
Para a maioria de nós, uma declaração como esta teria sido motivo suficiente para darmos meia volta e voltar para casa. Mas aquela mulher não se moveu; a situação da sua filha era uma questão de vida ou morte para ela. E ela não ia dar descanso a Jesus até que Ele lhe desse a resposta de que precisava.
Pergunto-lhe: quantas vezes você já desistiu de orar? Quantas vezes se cansou e raciocinou: “Já busquei ao Senhor. Tenho orado e suplicado. Mas simplesmente não recebo respostas”? Bem, era uma questão de vida ou morte para você? Você realmente buscou ao Senhor com todo o seu coração, toda sua alma, seu entedimento e sua força, sabendo que não havia outra solução?
Veja como esta mulher respondeu. Não foi com uma queixa ou um dedo de acusação, dizendo: “Por que estás me negando isso, Jesus?”. Não, as escrituras dizem exatamente o contrário: “Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me!” (15:25).
O que vem depois é difícil de entender. Uma vez mais, Jesus rechaçou a mulher. Só que desta vez sua resposta foi ainda mais ríspida. “Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos” (15:26).
É importante que se entenda que os judeus religiosos daquela época consideravam os gentios menos que cachorros aos olhos de Deus. É claro que Jesus não aceitava isto; Ele jamais daria uma conotação de inferioridade racial a qualquer das criaturas do Pai Criador. Mas Ele sabia que esta mulher estava consciente da atitude dos judeus em relação aos gentios. E, uma vez mais, Ele a estava provando.
Agora a mãe lhe responde: “Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos” (15:27). Que resposta incrível! Esta mulher tão determinada não pretendia abandonar sua busca intensa por Jesus; e o Senhor a elogiou por isto. Ele lhe disse: “Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã...” (15:28).
Amado, não devemos nos contentar com migalhas. A promessa é que temos toda a graça e misericórdia de que precisamos para as nossas crises. E isto inclui as crises que envolvem nossas famílias, tanto as pessoas salvas como as não salvas. Somos convidados a chegar com ousadia ao trono de Cristo, com confiança. E devemos apresentar a Ele todas as necessidades, tanto as relativas a um pai incrédulo, quanto a um filho rebelde. Pode ser que não vejamos todos os nossos queridos acertarem-se com o Senhor, ou darem uma virada na vida. Mas podemos levantar grandes muralhas ao seu redor, a fim de interromper sua trajetória rumo ao inferno. Podemos orar para que haja convencimento (da parte de Deus) sobre eles, e pela oração levantar muros de proteção ao seu redor. Também podemos orar para que pessoas cheguem às suas vidas para testemunhar a eles.
Contudo, há uma coisa que posso lhe assegurar: estas coisas nunca acontecerão se simplesmente nos resignarmos e deixá-los ao destino. Podemos tentar nos convencer dizendo: “Agora, só posso levar esse assunto pela fé”. Mas isso é desculpa falsa. Só serve para nos livrar de derramar o nosso suor espiritual, e de lutar em intercessão pela salvação da alma dos nossos queridos.
Insisto – torne essa, a sua oração: “Senhor, se algum dos meus entes queridos se perder, não será porque não orei. Não será porque considerei já como certa e garantida a obra do Espírito Santo nas suas vidas. E não será porque deixei de chorar em seu favor. Custe o que custar, vou lutar em intercessão por eles - até que um de nós se dirija ao lar para estar contigo”.