Desperte, Igreja: Cristo Está Voltando!

Quando eu era criança o grito da igreja era: “Cristo está voltando!”. Durante toda a minha adolescência, todos os pastores que vinham pregar na igreja de meu pai traziam uma mensagem inspiradora da volta iminente de Cristo. Até hoje seus sermões continuam fervendo em minha mente: “A Bíblia diz que Cristo virá como o ladrão da noite, quando menos se esperar. Acontecerá num piscar de olhos, ao som da trombeta. Fique preparado sempre”.

O poderoso brado “Cristo está voltando” é raramente ouvido na casa de Deus hoje. Muito poucos cristãos vivem com um senso de expectativa, buscando e ansiando pela volta de Jesus. Como isso aconteceu?

O Novo Testamento dá muitos alertas de que escarnecedores apareceriam nos últimos dias, ridicularizando a doutrina da volta de Cristo. Pedro registra, “Nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação” (2 Pedro 3:3-4). Este escárnio pode ser ouvido hoje: “Por que ter medo? Tudo continua exatamente do mesmo jeito. Não precisa ter medo do dia do Juízo, porque ele simplesmente não vai chegar”.

Após os ataques terroristas nos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001, as pessoas correram para as igrejas e oravam com um fervor não visto ultimamente. Porém, apenas seis meses mais tarde, menos pessoas estavam frequentando a igreja do que antes dos ataques de 11/9. Bem como Pedro profetizou, os zombadores chegaram.

O Diabo cochichou uma mentira diferente nos ouvidos de muitos crentes. A mentira é: “Cristo adiou a Sua vinda”. Jesus se refere a isso em Mateus 24 na parábola quanto a estarmos prontos para a Sua volta: “Por isso estai vós também apercebidos (“preparados”), porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis. Quem é, pois, o servo fiel e prudente a quem o Senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a quem o Senhor, quando vier, achar servindo assim. Em verdade, vos digo que lhe confiará todos os seus bens. Porém, se aquele servo for mau e disser consigo: O meu senhor tarde virá, e começar a espancar os seus servos, e a comer e a beber com os ébrios, virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera, e à hora em que ele não sabe, e castigá-lo-á, e lhe dará a sorte dos hipócritas. Ali haverá choro e ranger de dentes” (Mateus 24:45-51).

Jesus está falando aqui de crentes, identificando-os como servos. Um destes servos é fiel enquanto o outro é mau. O que torna o segundo servo mau aos olhos do Senhor? Segundo Jesus, é algo que ele “disser consigo” – que “O meu senhor tarde virá”. Em outras palavras, ele está convencido de que Jesus não voltará subitamente, quando não esperado. Ele aprendeu a “vigiar”, “estar apercebido”, “porque virá o Filho do homem à hora que não imaginais” (Lucas 12:40). Mas ao invés disso, ele tranquiliza a consciência acreditando na mentira de Satanás.

Uma vez aceita a mentira do Diabo, eis o fruto. Por não ver necessidade de vigiar pela volta de Cristo, ele não vê necessidade alguma em ter paz com seus parceiros. Não há necessidade de preservar a unidade no lar, no trabalho, na igreja; não há necessidade de acertar as coisas com o outro. Antes, ele entende que pode “espancar os servos” acusando-os, guardando rancor e destruindo reputações. Tal servo busca apenas curtir, ter prazer, viver sem consciência. Em resumo, ele quer ao mesmo tempo Jesus e o mundo.

Paulo constantemente brada, “Desperte! Chega a meia noite, e a vinda do Senhor está perto. Mexa-se, e não seja preguiçoso. Jesus está voltando para os que O aguardam”. Ele escreve à igreja em Roma: “E fazei isto, conhecendo o tempo. Já é hora de despertarmos do sono, porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé. A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz” (Romanos 13:11-12). Ele também escreve à igreja em Filipos: “Seja de todos conhecida a vossa moderação. Perto está o Senhor” (Filipenses 4:5).

Isso leva ao coração da minha mensagem: o clamor daquele que está em Cristo

Em Apocalipse 22:17, lemos: “O Espírito e a noiva dizem: Vem”. A noiva de Cristo consiste de um corpo de crentes de todo o mundo que estão sob o senhorio de Jesus. Tais crentes são nascidos de novo, lavados pelo sangue.

Este versículo nos mostra o brado final, ou oração, do Espírito Santo, quando Ele sabe que Sua obra na terra está prestes a ser completada. “Venha, Senhor Jesus!”. Este bradar do Espírito não é dirigido aos homens, mas a Cristo. Ele significa essencialmente “Senhor, apressa a Tua vinda!”.

Todos os que compõem o corpo de Cristo conhecem este brado do Espírito. Eles vivem e andam no Espírito, com suas almas assentadas nos lugares celestiais, e seus corpos são o Seu templo. O próprio Espírito ora no interior deles, “Venha, rápido, Senhor Jesus”, e assim isso se torna o seu clamor também. No verso 7 deste capítulo, Jesus anuncia, “Eis que cedo venho! Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro”. O verso 12 acrescenta, “Eis que cedo venho! A minha recompensa está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra”. Se eu creio que o mundo se apressa para um caos desenfreado, e que Cristo está voltando, então este deverá ser o meu clamor à minha família e a amigos que não estejam preparados. A minha prece deve ser, “Venha, Senhor. Mas primeiro dê aos meus amados ainda não preparados, ouvidos para ouvir. Salve-os, Jesus”.

Você fez deste clamor o seu, pelos seus queridos? Que eles cessem de acreditar nos escarnecedores que dizem, “Tudo continua em boa ordem. Curta a vida, permita-se certas coisas, faça o que te faz feliz”. Que toda esta cegueira seja removida! Terroristas explodiram as torres gêmeas de Nova York. Nações trapaceiras com bombas nucleares preparam-se para manter o mundo refém. Novas doenças nunca antes conhecidas pela humanidade, como a síndrome da angústia respiratória do adulto, a Ébola, podem destruir os corpos em uma semana. Cerca de 7.000 ruandeses morrem nas mãos dos próprios concidadãos. E a lista cresce e cresce.

Todas as coisas permanecem como sempre? Isso é ignorância deliberada! A verdade é que Deus está chacoalhando tudo que pode ser chacoalhado. E o que está por vir é muito pavoroso para se pensar.

O Espírito Santo conhece o que terá lugar em breve, quando não mais houver restrição

Quando chegar a hora, todo homem se entregará à cobiça. Toda religião militante forçará seus deuses sobre as pessoas. E tudo que for sagrado será desprezado, e toda lei será quebrada. Enquanto isso, a igreja apóstata irá pregar as doutrinas mais corruptas e condenáveis do inferno.

Em meio a tudo isso, ouço Jesus dizendo, “Certamente cedo venho” (Apocalipse 22:20). Também ouço a noiva de Cristo respondendo, como João, “Amém. Vem, Senhor Jesus” (mesmo versículo).

Eu lhe exorto. Por um momento tente deixar de lado todos os raciocínios quanto às diferentes doutrinas em relação à volta de Cristo. Pelo contrário, ouça o brado proveniente do coração do homem e da mulher que amam a ideia da manifestação do Senhor. Este brado está no cerne de toda a questão: “O veremos face a face. Nós O contemplaremos” (vide I Coríntios 13:12).

A vinda de Cristo deveria vibrar o seu coração. Não deveria nunca lhe perturbar. Você pode imaginar como será quando Ele o chamar pelo nome? Se você realmente ama alguém, você quer que essa pessoa esteja perto de você.

Imagine um casal recém-casado, com o marido sendo convocado rapidamente, talvez por motivo militar ou de negócios. Ele diz à esposa, “Eu vou voltar, mas não sei quando”. Nos primeiros anos a esposa sempre lhe escreve belas cartas de amor. Mas nelas ela nunca diz, “Volte logo”. Os anos passam e ela escreve para ele menos e menos, e mesmo assim nunca diz, “Volte depressa, eu te rogo. Eu oro pelo seu breve retorno”.

Amado, como podemos dizer a Cristo que O amamos e sentimos Sua falta, mas mesmo assim nunca orarmos para que volte para nós? Como podemos deixar de expressar a Ele o nosso brado de que Ele deve voltar, e nos levar com Ele para que possamos estar em Sua constante companhia?

Que esse possa ser o nosso brado continuamente, “Vem, Senhor Jesus!”.

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