HÁ ALGUMA ESPERANÇA PARA A AMÉRICA?

Gary Wilkerson

Um Chamado para Discernimento, Advertência e Esperança  

Todos nós somos chamados para discernir os tempos, e não é preciso ser um gigante espiritual para ver que a hora é perigosa. Deus, no entanto, nunca deixa seu povo sem esperança. Em tempos de escuridão, é fácil esquecer que ele está sempre agindo de maneiras poderosas. Neste momento, quando as coisas parecem desesperadoras, ele está chamando seu povo para viver com zelo.

Então, há alguma esperança para a América? Podemos perguntar se havia alguma esperança para Israel. O profeta Isaías recebeu uma visão de uma nação cuja condição era muito parecida com a nossa. Ele testemunhou uma nação que antes era piedosa se afastar completamente de Deus e caminhar em imoralidade e rebelião grosseiras.

Sete séculos depois, outro profeta teve uma visão perturbadora. Jesus disse: “Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os que são enviados a ti! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta seus pintinhos debaixo das asas, e tu não quiseste! Eis que a tua casa ficará deserta” (Mateus 23:37-38, ESV).

O próximo versículo diz: “...seus discípulos vieram para lhe mostrar as construções do templo. Mas ele lhes respondeu... ‘Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada’” (Mateus 24:1-2). Estas não são palavras de alguma figura bondosa como Sr. Rogers (apresentador cristão de um programa infantil). Jesus pregou sobre o julgamento e falou do inferno mais do que os profetas bíblicos. Ele sabia que Israel rejeitaria sua mensagem, e em Mateus 23:37, ele profetizou uma consequência geracional, essencialmente dizendo: “Eu queria dar aos seus filhos uma nova visão, mas vocês recusaram. Vocês os puxaram para a sua própria rebelião, impedindo sua fé. A geração deles será mais obstinada no pecado do que a sua”.

A América está descendo em um caldeirão de maldade semelhante. Felizmente, as profecias de Jesus e Isaías são destinadas a tempos como os nossos.

As profecias de Jesus e Isaías para a nação eram quase idênticas.

Isaías escreveu: “Meu amado (Deus) tinha uma vinha numa colina fértil” (Isaías 5:1). Esta vinha fértil representava Jerusalém, uma luz para as nações que a cercavam. Da mesma forma, alguns chamaram a América de “uma cidade sobre uma colina”. Embora a Constituição dos EUA não mencione abertamente Deus ou cite a Bíblia, a tradição judaico-cristã influenciou tanto aqueles que a redigiram que princípios piedosos se tornaram parte do tecido do nosso país, um farol brilhando através de gerações de missionários e generosidade incomparável.

Quanto a Israel, Deus removeu todos os obstáculos para o crescimento fértil de bênçãos. No entanto, quando “…ele esperava que desse uvas… deu uvas bravas” (Isaías 5:2). O Senhor perguntou: “Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu não tenha feito nela? …por que deu uvas bravas?” (Isaías 5:4).

Israel respondeu às bênçãos de Deus com cobiça. Então o Senhor disse: “Agora vos farei saber o que pretendo fazer com a minha vinha. Removerei sua cerca, para que seja devorada; derrubarei o seu muro, para que seja pisada. Eu a tornarei em desolação” (Isaías 5:5-6). As paredes protetoras caíram, e a vinha ficou desolada.

Como Isaías, Jesus usou uma vinha para profetizar a Jerusalém. Ele descreveu um proprietário que arrendou uma vinha a lavradores e começou a enviar servos para verificar seu crescimento. Cada vez, os lavradores espancavam o servo brutalmente. Finalmente, o proprietário decidiu: “Enviarei meu amado filho; talvez o respeitem” (Lucas 20:13). Mas os lavradores o mataram para ficar com a vinha para si.

Jesus perguntou: “‘O que fará então o dono da vinha com eles? Ele virá, destruirá aqueles lavradores e dará a vinha a outros’. Quando ouviram isso, disseram: ‘Certamente não!’ Mas ele olhou diretamente para eles e disse: ‘Então, o que significa isso que está escrito: “A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular”?’” (Lucas 20:15-17).

Citando o Salmo 118:22, Cristo estava falando de sua própria morte nas mãos dos líderes de Israel, mas sua profecia sobre o templo em Jerusalém era literal. Dentro de uma geração, em 70 d.C., Roma o destruiu.

Não se engane, não estou profetizando sobre a América, e os Estados Unidos não é uma nova Israel, a Igreja ou o país escolhido por Deus. Estou apenas compartilhando precedentes bíblicos para uma nação em uma condição como a nossa. Mas como você responderia se ouvisse uma profecia semelhante sobre nosso país ou a igreja na América? Você poderia dizer, como os ouvintes de Jesus disseram: “Certamente não!” (Lucas 20:16). Isso aconteceu em 700 a.C., aconteceu em 70 d.C., e a pergunta de Deus naquela época é a mesma para nós agora: O que mais ele poderia fazer para abençoar uma nação ou um povo que continuamente se afasta dele?

Além disso, tenho grande preocupação com uma igreja que rejeita um Deus de justiça e julgamento. Deus sempre levanta vozes fiéis para pregar o julgamento, desde Anselmo a Martinho Lutero, dos Puritanos a Billy Graham e meu próprio pai, David Wilkerson. Cada um pregou o amor, a graça e a misericórdia de Deus junto com sua justiça, ira e julgamento. O avivamento não pode vir sem arrependimento, e o arrependimento não vem sem conhecer a justiça de Deus.

Por que o julgamento está chegando?

Isaías pronunciou ais sobre Israel por causa de seu trágico orgulho, começando com o orgulho da prosperidade. “Ai dos que a juntam casa a casa, que acrescentam campo a campo, até que não haja mais lugar… O Senhor dos Exércitos me disse ao ouvido: ‘Certamente muitas casas ficarão desertas, casas grandes e belas, sem habitantes’” (Isaías 5:8-9).

Um orgulho semelhante está paralisando muitos cristãos hoje. Falsos mestres fazem ídolos do ganho material, dizendo: “Você pode ter tudo. Deus quer tudo isso para você, se você apenas tiver fé.”. Estas não são promessas de bênçãos; são idolatrias demoníacas que destroem vidas. Jesus e Isaías nos prepararam para as tempestades que virão, mas suas mensagens não estão sendo pregadas hoje.

E quanto às megaigrejas cujas mensagens não passam de palestras de autoajuda estilo TED Talks? Está chegando um dia em que o compromisso das igrejas será exposto. O Espírito Santo abrirá os olhos das pessoas para que percebam: “Este é apenas um evangelho de bem-estar. Não é a verdade para a vida.” Deus não suportará isso, e como Jesus profetizou sobre o amado templo de Jerusalém, tudo isso cairá.

Um segundo orgulho que vemos é um espírito de festa — a vida como um prazer sensual ininterrupto, assim como foi no tempo de Noé. A mentalidade é: “A vida é difícil com coisas ruins acontecendo, mas merecemos felicidade.” Este espírito tem envolvido muitos cristãos que não têm sobriedade sobre a hora. 

Isaías falou do julgamento de Deus que humilha as pessoas. “Ai dos que se levantam de manhã cedo para correr atrás de bebida forte, que se demoram até a noite, enquanto o vinho os inflama! …a nobreza de Jerusalém e a sua multidão descerão… O homem é humilhado, cada um é abatido” (Isaías 5:11, 14-15).

Um terceiro orgulho em nossa cultura é a perversão. “Ai dos que chamam de mal o bem, e o bem de mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas” (Isaías 5:20). Quando as pessoas confundem o bem e o mal, suas mentes se tornam depravadas e Deus as entrega “a uma mente depravada, para fazerem coisas que não convêm” (Romanos 1:28). 

Para mim, este é o pior julgamento. Uma mente depravada é quando Deus se afasta das pessoas, dizendo: “Estou entregando vocês aos seus desejos pervertidos.” Elas já não pensam corretamente, colocando um véu sobre a maldade para que não pareça mal. Adultério é chamado de caso. O assassinato de bebês não nascidos é chamado de pró-escolha. Estamos até vendo uma confusão severa de gênero, com alguns dizendo que crianças podem e devem decidir seu próprio gênero.

Esta mensagem pode parecer que a América está sem esperança, mas Deus está encarregando sua igreja com uma mensagem de esperança.

Jesus citou Isaías quando disse aos discípulos: “…para eles isso não foi dado… Mas, bem-aventurados os vossos olhos, porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem” (Mateus 13:11, 16). Então ele explicou a eles as parábolas, mensagens de julgamento mas também de esperança. “‘Entendestes todas estas coisas?’ Disseram-lhe eles: ‘Sim.’ E ele lhes disse: ‘Por isso, todo escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas’” (Mateus 13:51-52). Em outras palavras, “Seus corações se alegram com boas notícias, e estou lhes dando essas notícias agora”.

Isaías apontou para essa esperança. Ele disse que depois de arrancar a vinha, Deus permitiria que “um décimo permaneça nela” (Isaías 6:13). Isso significava que um remanescente vivo seria deixado, “…como um terebinto ou um carvalho, cujo toco fica quando é derrubado. O toco santo é a sua raiz” (Isaías 6:13). 

Aqui está a promessa de um futuro para todos que seguem a Jesus. Enquanto o julgamento cai, somos chamados para falar a verdade em amor, a tornar clara a justiça de Deus e a trazer esperança aos perdidos. Aí reside a esperança para a América, através do poder transformador da igreja. A árvore grandiosa pode cair, mas o toco que permanece guarda a semente da promessa, que é Cristo. “Naquele dia, o renovo do Senhor será belo e glorioso, e o fruto da terra será o orgulho e a honra dos sobreviventes de Israel” (Isaías 4:2).

Que imagem da graciosa misericórdia de Deus. Aqui está a recompensa dos fiéis: “O que restar em Sião e ficar em Jerusalém será chamado santo; todos os inscritos para a vida em Jerusalém” (Isaías 4:3). Nada disso acontecerá sem o julgamento purificador de Deus (Isaías 4:4). Depois disso, o Senhor restaurará sua glória em misericórdia (Isaías 4:6).

Você desistiu da América? A luz da igreja falhou em influenciar nossa nação? Deus não nos abandonou; ele nos chamou. Ele está movendo um remanescente — a Igreja — para ir adiante com a verdade que liberta os corações. Que ele ponha o fogo dele em você para essa obra hoje. Nesta hora de escuridão, você pode lançar suas preocupações sobre ele. Amém.