O Ventre do Inferno

"Veio a palavra do Senhor a Jonas...dizendo: Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do Senhor" (Jonas 1:1-3). Nós conhecemos a história de Jonas. Ele é o homem que tentou fugir de Deus. O Senhor deu a Jonas a ordem para pregar julgamento à Nínive, cidade-nação. Mas em vez de advertir Nínive, Jonas fugiu.

Essa história foi validada pelo próprio Cristo. Jesus disse: "Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do homem estará três dias e três noites no coração da terra" (Mateus 12:40). Em outras palavras, a história de Jonas é tão certa quanto o sepultamento e a ressurreição do próprio Cristo.

Então, por que Jonas fugiu? Por que se recusou a obedecer a palavra de Deus claramente revelada? Sabemos que ele era um homem piedoso, de oração. Afinal de contas, o Senhor fala claramente com aqueles que têm comunhão com Ele. E o Senhor não escolhe Seus servos de maneira descuidada. Evidentemente, Ele viu algo em Jonas. Talvez Deus tenha escolhido esse homem por causa de seus dons: voz poderosa, ou ouvidos sensíveis ao Espírito.

Sabemos certamente que Jonas profetizou em Israel. Ele foi contemporâneo de outros profetas da época. Então, claramente, esse homem foi dotado e escolhido por Deus. Contudo, nesse caso, Jonas correu do chamado de Deus. Em verdade, ele fugiu da presença do próprio Deus, bloqueando a comunhão com o Senhor. Por que? O quê provocou tamanha desobediência?

Não está claro qual o tempo gasto entre o chamado de Jonas para proferir julgamento, e sua decisão de fugir. Pode ter sido semanas ou mesmo meses. Além disso, a distância de Jerusalém à Jopa era quase sessenta quilômetros. Se Jonas viajasse a pé, ele teria muito tempo para reconsiderar sua missão. Uma coisa é certa: Jonas ficou ouvindo a voz do Espírito Santo soando em seu ouvido à cada passo do caminho. O Espírito Santo é o cão de caça dos céus, e quando nos convoca para servir, Ele não nos deixa. Sem dúvida, Jonas ouviu vozes como essa:

"Lembre-se do exemplo de Adão, Jonas. Atente para as conseqüências de sua desobediência. Pense também em Moisés. Esse homem manso e santo falou com Deus face a face. Mas o Senhor o repreendeu por um único ato de desobediência, deixando-o fora da Terra Prometida. Pense também em Davi, um homem de oração, homem segundo o coração de Deus. Lembre-se do terrível sofrimento que passou por seu ato de desobediência. Não se pode desobedecer a palavra de Deus, e continuar impune. Volte, Jonas."

O destino de multidões dependia da obediência de Jonas. Mas em vez de ir para Nínive, Jonas "tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e embarcou nele, para ir...para longe da presença do Senhor" (Jonas 1:3).

Como um homem de oração como este pôde se desviar do chamado e cair na desobediência? Começou com um conhecimento parcial e incompleto da natureza de Deus.

A Jonas foi dada uma revelação poderosa da graça e da misericórdia de Deus. Ele testifica: "Pois (eu) sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que te arrependes do mal" (Jonas 4:2). Ele recebeu a mesma revelação que Moisés recebeu, quando Deus revelou Sua glória a ele sobre o monte.

Jonas afirma que essa revelação foi a razão de sua fuga: "Por isso, me adiantei, fugindo para Társis" (4:2). Através de seus atos, ele estava dizendo: "Senhor, Tu perdoas com tanta facilidade todos os que se arrependem. Todas as vezes que pronuncias julgamento, és dominado pela misericórdia. Eu sei que não julgarás Nínive. Assim que eu profetizar, eles se arrependerão, e Tu derramarás Tua graça sobre eles".

Você está enxergando o problema do raciocínio de Jonas? Ele está descrevendo só uma revelação parcial da natureza de Deus. E está acusando Deus de ser tolerante com o pecado. É claro, Deus é tudo que Jonas descreve aqui: longânimo, desejoso de perdoar, pronto para derramar graça abundante. Agradeço a Deus por essa maravilhosa revelação de Sua natureza. É a verdade que mais produz vida, pelo que sei. Adoro pregar a misericórdia de Deus às pessoas.

Mas a Bíblia também fala da natureza santa e justa de Deus. "A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça" (Romanos 1:18). Certamente Jonas conhecia esse lado de Deus. Como pôde descuidar-se dele?

Acredito que Jonas não tinha entendimento do temor de Deus. Se você acha que Deus é só misericordioso, vai achar fácil desobedecer Sua palavra. Você pensará que Ele valoriza pouco Suas advertências, que Ele não fala sério. Creio que esta foi a raíz da desobediência de Jonas.

Todo servo real tem de se apropriar da revelação do temor de Deus. Não quero dizer medo induzido pelo homem, manipulando as pessoas a obedecerem. Refiro-me à divina revelação do temor santo como revelado na palavra de Deus: "Teme ao Senhor e aparta-te do mal" (Prov. 3:7). "No temor do Senhor perserverarás todo dia" (23:17).

Este tipo de temor tem de ser buscado com diligência. E tem de ser implantado em nós pelo Espírito Santo: "Se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a procurares, então, entenderás o temor do Senhor e acharás o conhecimento de Deus" (Provérbios 2:4-5). Tal como a misericórdia de Deus, o temor de Deus concede vida: "No temor do Senhor há firme confiança" (14:26). "O temor do Senhor é fonte de vida para evitar os laços da morte" (14:27).

Há terríveis conseqüências para todos que desobedecem a palavra de Deus. A desobediência de Jonas prova isso de três maneiras:

"O Senhor lançou sobre o mar um forte vento, e fez-se no mar uma grande tempestade, e o navio estava a ponto de se despedaçar. Então, os marinheiros, cheios de medo, clamavam cada um ao seu deus e lançavam ao mar a carga que estava no navio, para o aliviarem do peso dela" (Jonas 1: 4-5).

Às vezes, mesmo pessoas piedosas enfrentam tumultos na vida. Subitamente, tudo vira um caos. Mas Deus não as conserva nessa situação. Ele as livra, trazendo suas vidas à Sua divina ordem, com alegria, paz e consolação. Ou, lhes fornece graça para suportarem.

Contudo, o servo que anda em desobediência enfrenta crise após crise. Pense no caos que o pecado de Jonas causou. Uma incrível tempestade irrompeu, e o mar começou seu bramido. Marinheiros corriam pelo navio desesperados, jogando a carga para fora. Apavorados viam sua subsistência afundando no mar. Se houvessem outros navios na área, eles teriam de fazer o mesmo, temendo por suas vidas.

Oh, que tremendos traumas são causados por um crente que vive em teimosa desobediência à palavra de Deus. O quê é desobediência? É andar em direção contrária à revelada na palavra de Deus. Isso inclui todo mandamento de amor do Novo Testamento, desde as palavras de Jesus até as palavras de Seus apóstolos.

Veja essas passagens sobre adultério e fornicação: "Nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus" (Efésios 5:5). "Deus julgará os impuros e adúlteros" (Hebreus 13:4). Em grego a palavra impuro é porno, de onde vem a palavra pornografia.

Fiquei chocado ao saber que agora há mais de 200.000 sites pornográficos na Internet. Pior, sei de ministros que livremente se entregam à essa imundície. Alguns estão envolvidos em casos amorosos. Muitos perderam seus ministérios e famílias. Recebo cartas de esposas desesperadas descrevendo os efeitos sobre os filhos. Os meninos vêem o exemplo do pai, e não agüentam a situação. Eles deixam de respeitá-lo. Alguns até abandonam a fé, voltando-se para as drogas, álcool ou sexo.

De onde vem tamanha desordem? Não vem do diabo, mas do fato de Deus ter removido a muralha protetora. Ele provoca tempestades para despertar os Seus servos, como fez com Jonas: "Mas o Senhor lançou sobre o mar um forte vento" (Jonas 1:4).

Jonas não estava consciente do caos e da dor que estava causando. Durante toda a tempestade, ele "havia descido ao porão e se deitado; e dormia profundamente" (Jonas 1:5). Você está vendo a situação dele? Ele era prisioneiro da própria desobediência. O seu pecado havia iniciado a tempestade, e agora Jonas se encontrava incapaz de interrompê-la. Então, o quê fez? Ele se acomodou no torpor espiritual. Ele cedeu à preguiça sem culpa.

Lembro-me do diretor de um de nossos Desafios Jovens anos atrás. Ele era servo dedicado, e bom pregador. Ex-viciado, era respeitado pelas pessoas envolvidas no programa. Mas caiu em adultério com uma ex-prostituta que pertencia ao grupo. Ele acabou deixando a esposa, e desistindo do ministério.

O trauma causado pelo pecado desse homem foi trágico. Sua mulher tentou o suicídio, e acabou sendo tratada por uma instituição mental. Os viciados que constavam do programa de reabilitação entraram em desespero. Eles raciocinaram assim: "Ele era tão santo. Se ele não conseguiu, que chance nós vamos ter?". Muitos foram embora, e voltaram às drogas.

Eu mais tarde conversei com o homem e a mulher. Eles haviam se casado, e voltaram a fumar maconha. Disseram-me que tinham parado de ler a Bíblia, e que não tinham mais nenhuma fome espiritual. O homem admitiu: "Somos prisioneiros. Fizemos nossa escolha, e não há como sair dessa". Mas quando eu estava indo embora, ele disse: "Uma coisa eu aprendi de seu ministério - é que Deus tem misericórdia. Eu sei que Ele perdoa o pecado. Só precisamos de tempo".

Cinco anos mais tarde, encontrei com esse homem outra vez. Ele agora era traficante de drogas, e dirigia um Mercedes novo. Eu lhe disse que orei por ele todos esses anos. Ele respondeu: "Oh, ainda preciso de tempo". O que ele realmente estava dizendo é: "Deus não vai me julgar. Ele vai esperar até que eu esteja preparado para sair desta vida boa, e voltar para Ele". O meu coração se dilacerou. Esse homem desviado havia perdido todo o temor de Deus. E havia convertido em dissolução a graça de Deus.

Veja a explosão de divórcios na igreja. Pense no adultério que ocorre tanto no púlpito quanto na congregação. Os cristãos têm se paralisado diante do aumento da imoralidade na sociedade. A HBO e outras redes de TV a cabo agora competem para "forçar a barra" da sujeira. O objetivo delas é descobrir o quanto podem ampliar os limites morais. E os cristãos estão sendo seduzidos junto com o mundo.

Como isso pôde acontecer, você pode perguntar? É resultado da mensagem dominante da "graça apenas" na igreja. Essa mensagem é só uma verdade parcial da natureza de Deus. Os pastores hoje ignoram a doutrina do santo temor de Deus. E isso embala o Seu povo no torpor espiritual.

"Chegou-se a ele o mestre do navio e lhe disse: Que se passa contigo? Agarrado no sono? Levanta-te, invoca o teu deus; talvez, assim, esse deus se lembre de nós, para que não pereçamos...Então lhe disseram: Declara-nos, agora, por causa de quem nos sobreveio este mal. Que ocupação é a tua? Donde vens? Qual a tua terra? E de que povo és tu? Ele lhes respondeu: Sou hebreu e temo ao Senhor, o Deus do céu, que fez o mar e a terra. Então, os homens ficaram possuídos de grande temor e lhe disseram: Que é isto que fizeste? Pois sabiam os homens que ele fugia da presença do Senhor, porque lho havia declarado" (Jonas 1:6-10).

A desobediência de Jonas fez o Senhor parecer vingativo. A idéia, é a de que se você cruzasse o caminho do Deus de Jonas, Ele iria lhe perseguir, e acabar com a sua vida. Porém esse não era o caso, em absoluto. Tratava-se de uma deturpação da natureza de Deus.

Então, Deus estava bravo com Jonas? Isso era uma vingança contra o servo rebelde? Será que Deus estava dizendo: "Você falhou, Jonas. Você teve sua chance, mas se desqualificou. Agora você está sendo julgado"? Não, Deus não estava bravo com Jonas. Deus podia ter ficado desapontado, mas não havia encerrado as coisas com ele. Nem um pouco.

Toda essa história, é um caso de amor e de graça. Sim, Deus havia produzido a tempestade. Mas Ele o fez para trazer Jonas de volta para Si mesmo. O Senhor estava dizendo basicamente: "Vou agitar a natureza para restaurar Meu servo desobediente. Você pode estar fugindo de mim, Jonas, mas não vou desistir de você. Eu ainda lhe amo. Eu o chamei, e lhe escolhi. Você ainda é o homem que escolhi para essa obra".

Note que o capitão teve de despertar Jonas. Nessa crise, o mensageiro de Deus foi pego de surpresa. Jonas tentou testificar do poder de Deus, mas ele não tinha credibilidade diante da tripulação. Eles sabiam que ele estava vivendo em desobediência, "que ele fugia da presença do Senhor" (1:10). O pecado de Jonas havia o descoberto. Igualmente, todo servo que vive em desobediência perde credibilidade diante do mundo. Eles vêem que ele não tem autoridade espiritual.

Quando Jonas insiste com a tripulação para lançá-lo ao mar, eles o ignoram: "Entretanto, os homens remavam, esforçando-se por alcançar a terra" (1:13). A atitude deles dizia: "Por que devemos lhe ouvir? Enquanto invocávamos nossos deuses, você dormia. Nós mesmos temos de tentar sair dessa".

Jonas estava totalmente desprovido de poder. Mesmo que não morresse na tempestade, ele não estava em condições de profetizar para Nínive. Por que deveriam respeitar sua palavra, se a tripulação do navio não respeitou? As escrituras nos dizem: "Deparou o Senhor um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites no ventre do peixe" (1:17).

"Do ventre do inferno gritei" (Jonas 2:2). Por que o Senhor levou Jonas tão para o fundo? Ele estava no ventre do inferno vivo, suspenso nas trevas, balançando entre a vida e a morte. Por que um Deus de misericórdia faria um servo passar por isso? Eu creio que a história de Jonas mostra como Deus trata com servos desobedientes.

Jonas ficou nesse inferno por três dias e noites. Mesmo assim, ele não orou durante todo esse tempo. A tempestade não o colocou de joelhos; nem sua escaramuça com a morte no ventre da baleia. Só após três dias e noites lemos: "Então, Jonas, do ventre do peixe, orou ao Senhor, seu Deus" (2:1).

Por que Jonas não orou antes disso? Foi porque estava convencido de que "lançado estou de diante dos teus olhos" (2:4). Ele descreve Deus como tendo misericórdia de Nínive, mas não conseguia crer na mesma misericórdia para si mesmo. Ele achava: "Sou um homem morto. Não posso chegar mais ao fundo do que cheguei. Deus virou Suas costas para mim. Ele me odeia pelo que fiz".

Nada poderia estar mais longe da verdade. Quando as escrituras dizem: "Deparou o Senhor um grande peixe, para que tragasse a Jonas", a palavra deparou quer dizer embrulhou. Deus havia pego um grande peixe, e o instigou. Assim, quando Jonas foi jogado fora, o animal estava lá, pronto para engoli-lo. O Senhor ainda estava agindo.

Porém o diabo conseguiu enganar Jonas. Quem dirige as regiões do inferno, senão Satanás? Jonas grita: "Os que observam as vaidades vãs, deixam a sua própria misericórdia" (2:8). A tradução literal em hebraico diz: "Os que protegem ou defendem a mentira enganadora, roubam de si próprios a misericórdia". É isso que aconteceu com Jonas. O engano a que foi levado lhe roubou toda esperança quanto à graça de Deus. Durante três dias e noites, ele foi levado a sofrer o efeito de um horrível engano. Satanás lhe disse: "Você fracassou. A vida agora acabou para você. A sua desobediência custou a vida de muitos que teriam se voltado para o Senhor. Nem mesmo Deus pode lhe salvar agora. Mesmo que sobreviva, ficará se arrependendo eternamente".

A verdade é que Deus estava apressando Jonas para rumar a Nínive. Breve o profeta estaria novamente caminhando à luz do sol; estaria ousadamente pregando nas ruas como mensageiro escolhido.

O que Deus planejou demonstrar através da experiência de Jonas no ventre do inferno? Demonstra que Ele permite que os servos desobedientes enfrentem isolamento total de tudo que é santo e puro. Durante algum tempo Jonas conheceu como é sentir-se morto. Ele não podia orar. Deus havia escondido a Sua face, e o profeta não tinha a quem recorrer. Para Jonas o inferno não eram as algas que ficavam se enrolando nele, ou ser amassado para frente e para trás. Era o sentimento de que Deus havia retirado as mãos de sua vida.

Tudo teve o objetivo de testar Jonas em sua desobediência. Deus não estava exigindo: "Agora você vai me obedecer, Jonas?". Antes, Ele perguntava: "Nas palavras de quem você vai acreditar nesse terrível inferno, Jonas? Nas Minhas, ou nas palavras do diabo?". Finalmente lemos: "Então, Jonas...orou" (2:1). "Quando, dentro de mim, desfalecia a minha alma, eu me lembrei do Senhor; e subiu a ti a minha oração" (2:7). Jonas correu de volta para os amorosos braços de Deus. Então testificou: "Do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz" (2:2).

Com o passar dos anos, encontrei muitos Jonas. Ministrei a esses servos escolhidos que desobedeceram a Deus, e caíram em pecado grosseiro. Alguns com o tempo se entregaram às vaidades mentirosas. Alguns se perderam e morreram em seu pecado. Mas outros se arrependeram de dentro do ventre do seu inferno, e foram restaurados. Hoje, Deus está lhes usando poderosamente outra vez, como pastores, mestres, evangelistas, obreiros leigos. Em cada caso, esses santos restaurados se entregaram à oração, clamando ao Senhor.

Em todo período de corrupção extrema, Deus chama Sua igreja para prevenir a sociedade quanto a julgamento vindouro. O Seu Espírito ordena a todos nós: "Levanta-te e advirta tua cidade, tua família, teu país. Já agüentei muito essa pecaminosidade". É por isso que Deus me mandou para Nova York há quinze anos atrás. O nosso ministério deveria levantar um remanescente piedoso de crentes, e advertir a sociedade quanto ao julgamento que se aproxima.

Hoje, a corrupção da América supera de longe a de Nínive. Aquele povo antigo não era tentado pela pornografia, pela Internet ou pela sórdida TV. Nem havia a presença do evangelho em seu meio, para lhes apresentar a verdade. Eles não possuíam Bíblia, igrejas, mídia cristã. Em contraste, o nosso país está saturado por essas coisas maravilhosas. Ainda assim, a nossa sociedade está rapidamente sendo dominada pelo mal. Como isso aconteceu, pode-se perguntar? É simples: os servos de Deus cairam no sono. A igreja fugiu de Sua presença, tendo perdido o piedoso temor.

Nos dias de Jonas, os navios de Társis representavam prosperidade. Salomão construiu uma frota társica de navios para aumentar a riqueza de Israel. Mas Deus destruiu esses barcos. Hoje, como Jonas, muitos crentes estão dormindo abordo do barco americano da prosperidade. Mas agora o Senhor trouxe uma tempestade sobre nossa nação, abalando nossa nave do estado. Vimos isso ao vivo em 11 de setembro, quando os símbolos do nosso governo e de nossa economia estavam em chamas.

Os Estados Unidos continuam vivendo no medo. Até os ímpios estão orando. Senadores e deputados interromperam as reuniões para se juntarem nos degraus do Capitólio em oração. (Minutos antes, muitos estavam preparando leis para promover o aborto, e proscrever o nome de Deus dos recintos públicos.) Mais tarde, recebi informes sobre a realização de reuniões maciças de oração convocadas por muçulmanos e hindus.

Essa é nitidamente a hora para que os servos de Deus, homens e mulheres de oração e de discernimento, se levantem e previnam sobre julgamento. Tal como a tripulação do navio de Jonas, maciçamente multidões de ímpios perguntam aos cristãos "Que tempestade é essa? Onde está Deus nisso tudo?". Porém, tragicamente, a igreja perdeu a credibilidade aos olhos do mundo. Para muitos, cristianismo é só pastores de TV pedindo dinheiro. Eles vêem os cristãos dormindo no barco da prosperidade.

Quando uma palavra efetivamente vem da igreja, geralmente é de um pastor cheio de concessões, gritando: "Deus não está por trás da tempestade. Isso é obra do diabo. Nosso Deus amoroso não traria julgamento sobre esse país". Esses homens não conhecem a Bíblia. Nada acontece com qualquer nação sem a permissão de Deus. Afinal de contas, não foi o diabo que destruiu Sodoma; não foi ele que fez cair fogo e enxofre do céu. O Senhor trouxe esse julgamento justo sobre a corrupta Sodoma. Nem foi Satanás que trouxe o dilúvio nos dias de Noé. O próprio Deus abriu os céus, e enviou a terrível torrente de chuva.

Mas o Senhor tem a Sua maneira de despertar a igreja e levá-la à oração. No momento, estamos só vendo a tormenta. Muito em breve, a nossa nação entrará no ventre da baleia.

Os Estados Unidos estão prestes a serem lançados para fora, e engolidos por um inferno econômico. Você talvez se lembre de uma mensagem que profetizei cinco anos antes da Guerra do Golfo. Eu disse que bombas cairíam sobre poços de petróleo no Oriente Médio, produzindo 500 incêncios no Kuwait. Mais tarde, o exército de Sadam Hussein incendiou 503 poços. Também escrevi ter previsto 1.000 incêndios ardendo em Nova York. Eu agora creio que esses incêndios virão de um colapso econômico.

Há dois anos atrás, a Bolsa de Valores estava em 12.000 pontos. Os entendidos diziam que ela chegaria a 30.000 na alta, e que estávamos imunes à recessão. Mas depois do 11 de setembro, o mercado caiu.

O que essa tempestade de eventos produziu? Muito pouco, na minha opinião. Não vejo sinais de arrependimento do tipo de Nínive. Pelo contrário, cinco estados agora legalizaram adoção de crianças por casais de homossexuais. E uma escola na Califórnia insiste em que as crianças freqüentem-na vestidas como muçulmanos, e levem um Alcorão, para aprender sobre Alá. Enquanto isso, a Bíblia continua banida.

Sei que muitos leitores não desejam ouvir esse tipo de mensagem. Todos preferimos acreditar que de alguma maneira receberemos um salva-vidas, para evitar que caiamos no ventre do sofrimento. Mas na realidade, o ventre da baleia é o ato final de misericórdia de Deus. Ele tentou nos levar ao arrependimento através de Sua bondade, banhando os Estados Unidos com bênçãos. Mas nos engordamos em nossa prosperidade, e O abandonamos ainda mais.

Agora o Senhor está dizendo: "Não conheço outra maneira de salvá-los, senão através deste tipo de inferno negro. Talvez dentro do ventre de uma economia falida vocês acordem. Talvez enfrentando um tempo de pânico e medo, vocês retornem ao chamado".

Deus não está tentando destruir os Estados Unidos. Creio que Ele esteja tentando salvá-los. Ele também está tentando levar a igreja de volta à sua missão. O Seu desejo é que saindo de dentro desse período no ventre da baleia, as famílias se voltem para Ele; os ministros parem com o pecado e com as pregações tolas, e as igrejas revivam. Um remanescente de oração emergirá com valores bíblicos, para ir ao mundo e pregar com real autoridade.

A tempestade na qual estamos foi feita para nos ensinar que Deus leva a sério o que fala. Trata-se de receber uma revelação a respeito do Seu temor, tanto quanto a respeito de Sua misericórdia e graça. Se você está andando em desobediência, corra a Ele já. Arrependa-se rapidamente, e derrame sua alma para Ele. Ele não lhe deixará muito tempo no ventre do peixe. Ele é um Deus amoroso que deseja ardentemente lhe restaurar.

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