Precisamos de Mais Agitadores na Igreja!
Precisamos de mais agitadores na igreja! Oro para que todo membro do corpo de Cristo se transforme num agitador! Necessitamos de um exército de agitadores tão cheios do Espírito Santo, que agitem e perturbem Nova York e todas as outras metrópoles do mundo; que agitem instituições ímpias - desafiem as igrejas tradicionais mortas - que perturbem os líderes, os prefeitos, as câmaras municipais, os líderes de comunidade! Em outras palavras, necessitamos de agitadores do Espírito Santo que estejam se movendo no Espírito, proclamando o reinado de Cristo de um modo tão eficiente que cidades inteiras sejam abaladas!
Paulo e Silas foram dois dos maiores agitadores no mundo! A Bíblia fala de “homens... que têm arriscado a vida pela causa do nosso Senhor Jesus Cristo” (Atos 15:26 BV). Paulo, Barnabé, Silas e Timóteo eram homens deste tipo, que andavam no Espírito. Como vemos em Atos 16, quando o Espírito Santo os proibiu de pregar a palavra na Ásia, eles obedeceram. Tentaram ir para a Bitínia, mas não lhes sendo isto permitido pelo Espírito, Este os dirigiu para Troas. Paulo então teve a visão de um varão chamando-os para a Macedônia; então partiram imediatamente para Filipos, a principal cidade da Macedônia. Quando chegaram, uma adivinhadora começou a segui-los gritando: “...Estes homens são servos do Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho da salvação” (Atos 16:17). Depois de agüentar isto por muitos dias, Paulo se voltou e “...disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, eu te mando: retira-te dela. E ele, na mesma hora, saiu” (Atos 16:18). De repente a cidade virou o maior tumulto: a adivinhadora aparentemente era uma grande atração turística, mas agora tinha sido curada e estava louvando o Senhor!
Paulo tinha bagunçado o status quo. Ele desafiou o diabo que, durante anos, fazia o que queria. Os proprietários da escrava que fora liberta então arrastaram Paulo e Silas à praça para enfrentar julgamento diante dos magistrados da cidade. A acusação era: “Estes homens...perturbam a nossa cidade” (Atos 16:20). “Levantou-se a multidão, unida contra eles, e os pretores, rasgando-lhes as vestes, mandaram açoitá-los com varas. E, depois de lhes darem muitos açoites, os lançaram no cárcere, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança. Este, recebendo tal ordem, levou-os para o cárcere interior e lhes prendeu os pés no tronco” (Atos 16:22-24). Parecia que Satanás tinha vencido. Os novos convertidos devem ter ficado abalados!
Mas todo o poder de Deus repousa nos agitadores do Espírito Santo! “Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam. De repente, sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas, e soltaram-se as cadeias de todos” (Atos 16:25-26). O carcereiro, vendo o que tinha acontecido, chegou a se prostrar diante de Paulo e Silas, dizendo: “...Senhores, que devo fazer para que seja salvo?” (Atos 16:30).
Mas que comoção no dia seguinte! Posso imaginar os sargentos batendo na porta do prefeito, dos vereadores e dos líderes religiosos, dizendo: “Depressa! Venham à prefeitura - estamos com um terrível problema!” Em estado de choque, os responsáveis provavelmente responderam: “O que? Um terremoto? As portas da prisão se abriram? As correntes se soltaram? Eles nem tentaram escapar? O carcereiro abraçou a fé deles? Eles são romanos?!?” Bem, eles realmente estavam com medo. Era crime bater em cidadãos romanos (Paulo e Silas eram ambos romanos).Teriam perguntado “O que você quer dizer com 'eles não vão se movimentar da prisão?' Eles exigem o quê? Exigem que vamos até lá, peçamos desculpas e os escoltemos para fora da cadeia?” “Então, foram ter com eles...e, relaxando-lhes a prisão, rogaram que se retirassem da cidade” (Atos 16:39).
Gosto disto! Lá estavam eles; não que estivessem se gabando da sua autoridade espiritual, mas meramente agindo como embaixadores do Rei Jesus. Tendo testemunhado a zombaria que fora feito do poder de Cristo, Paulo e Silas agora queriam que aquele grupinho de oração que estava em torno, visse como Deus manifesta o Seu poder àqueles que se levantam contra as forças do inferno. Foram direto para a casa de Lídia - e que tremenda reunião deve ter ocorrido! Acho que Paulo deve ter dito ao grupo na casa: “Vejam! O diabo pode se enfurecer, as potestades podem ameaçar - mas Deus detém todo o poder! Deus se posicionará junto a você, se você tomar uma posição!”
Eu prego muito sobre a oração, e creio na eficácia da fervorosa súplica do justo. Mas orar só, orar em grupos de dois ou três, ou mesmo em uma grande reunião de oração não irá, por si só abalar uma cidade! Elias era um homem de poderosa oração, mas foi mais do que suas orações que abalaram o reino de Acabe e enfureceram Jezabel: ele chamou os falsos profetas para o Monte Carmelo e os desafiou. Jezabel havia trucidado os profetas de Deus e levou Israel à apostasia e à terrível idolatria de adorar a Baal - e ninguém a havia desafiado! Sete mil crentes não haviam se curvado, mas estavam em silêncio, ignorados, e temerosos.
Mas lá vem Elias, o agitador! Acabe o chamava “perturbador de Israel”! (I Reis 18:17). Elias acabou no ribeiro de Quisom com uma espada na mão, matando centenas de falsos profetas de Baal “em nome de Jeová.”
Elias não era um polido cavalheiro com o diabo e os seus. Enquanto “...se movimentavam ao redor do altar...Elias zombava deles [ridicularizava-os]” (I Reis 18:26-27).
A igreja ultimamente tem se acovardado diante dos poderes das trevas devido à falta de santidade, pois as Escrituras dizem: “...o justo é intrépido como o leão” (Provérbios 28:1). Alguns dirão, “mas Jesus era manso - Ele não abriu a boca e nem resistiu quando O levaram para ser crucificado!” Mas isso foi porque a hora das trevas havia chegado, a hora em que Ele teria de ser entregue nas mãos do inimigo. Ele não ficou em silêncio no templo ao expulsar os cambistas. Ele não ficou em silêncio ao chamar os líderes religiosos de serpentes, guias cegos, sepulcros caiados, raça de víboras (v. Mateus 23). Ele até chegou a dizer a alguns, com ousadia, que Satanás era o pai deles!
Muitas igrejas hoje estão cheias de cavalheirescos e silenciosos diplomatas que não querem fazer marolas! Ninguém quer saber de encrenca! E assim o reino do diabo continua sem ser desafiado. Temos um número mais do que o suficiente de cristãos sorridentes e silenciosos como um camundongo!
Eu ouvi a raiva de um homem que me disse: “Vamos fazer uma aposta - o quanto você quiser! Vocês da igreja não conseguem interromper coisa alguma! Conseguem um pouco de publicidade, mas nada muda. Vocês não conseguem fechar nada! Vocês não têm força!” Ele estava falando de aborto e pude detectar a zombaria de Satanás na sua voz. Foi muita ousadia! Era como se estivesse dizendo a todos os cristãos: “Vocês são todos débeis espiritualmente. Vocês não sustentam a briga; vocês desistem quando a oposição aperta. Vão voltar correndo para dentro de casa e se esconder!”
Quero lhe mostrar como e onde os apostólicos homens de Deus desafiaram os poderes das trevas - as áreas onde nós também devemos agir.
“...chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de judeus. Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e...arrazoou com eles acerca das Escrituras, expondo e demonstrando ter sido necessário que o Cristo padecesse e ressurgisse dentre os mortos; e este, dizia ele, é o Cristo” (Atos 17:1-3). A sinagoga na Tessalônica provavelmente estava há anos tendo reuniões tranqüilas, sem agitação. Diligentemente ensinavam as Escrituras e externamente pareciam muito santos.
Aí entra em cena Paulo, o agitador, e em apenas três semanas de pregação sobre a realeza de Jesus, ele vira de cabeça para baixo toda a região de Tessalônica! Ele já sabia por experiência, que só uns poucos devotos iriam ouvir a exigente palavra vinda de Cristo, sabia que a maioria não iria abandonar suas carcomidas tradições religiosas. Também sabia que iriam ficar cheios de inveja e de ódio contra qualquer coisa que atrapalhasse o seu jeito de fazer as coisas. Paulo declara que a pregação do evangelho causava contendas: “... tivemos ousada confiança em nosso Deus, para vos anunciar o evangelho de Deus, em meio a muita luta” (I Tessalonicenses 2:2). A versão em inglês NAS diz: “com muita oposição.”
O que causava contendas, oposição violenta? Paulo e Silas não eram grosseiros e não faziam provocações - não estavam roubando as igrejas. Mais tarde, em carta àqueles de Tessalônica que prosseguiram com o Senhor, Paulo escreve: “Pois a nossa exortação não procede de engano, nem de impureza, nem se baseia em dolo...não para que agrademos a homens e sim a Deus, que prova o nosso coração. A verdade é que nunca usamos de linguagem de bajulação, como sabeis, nem de intuitos gananciosos. Deus disto é testemunha...todavia, nos tornamos carinhosos entre vós, qual ama que acaricia os próprios filhos...estávamos prontos a oferecer-vos não somente o evangelho de Deus, mas, igualmente, a própria vida; por isso que vos tornastes muito amados de nós” (I Tess. 2: 3-8).
Estes religiosos que por anos agiram de maneira tão recatada e amorosa com Deus agora estão enfurecidos. Transformam-se numa turba furiosa, assaltam a casa de Jasom, alvoroçando o povo e os governantes da cidade (v. Atos 17). A causa de toda esta contenda era uma afirmação firme que declarava “ser Jesus outro rei” (Atos 17:7).
A pregação de Paulo sobre o senhorio de Jesus não era igual ao que ouvimos hoje sobre o assunto! Não foi uma frase para animar a torcida, ou um agito emocional. Acredito que Paulo tenha ficado horas diante dos religiosos judeus, expondo todo o ônus de seguirmos Jesus como Rei. Ele pregou a derrubada dos ídolos e o abandono dos prazeres do pecado. Pregou a auto-negação e o sofrimento pela glória de Cristo, chegando até ao martírio. Sua mensagem sobre a realeza de Cristo incluía uma advertência para deixarem de seguir homens, mestres ou suas doutrinas, não serem guiados por homens que mercadejam outros; pelo contrário, pregava a adoção de uma vida de santidade e de separação de toda aparência do mal, cessando a comunhão com os ímpios.
Sei de cristãos que são totalmente apaixonados por seus pastores e sua igreja, até mesmo quando se sabe com segurança que há orgulho, dominação dos espíritos, manipulação, e carnalidade. Mas dizem: “Aqui ouvimos a mensagem certa. Ouvimos sobre a santidade, sobre o senhorio de Jesus! Não se aceita o pecado em nossa igreja!” Se é assim, por que estes mesmos ministros e suas congregações ficam tão furiosos e hostis com os outros que começam a pregar e a viver plenamente o preço real de tornar Cristo o rei de suas vidas? Por que há tanta oposição com os crentes que praticam fielmente os inflexíveis mandamentos de Deus?
“Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui” (Atos 17:6). O mundo de quem está transtornado? É o mundo daquele círculo religioso onde ninguém leva a sério a realeza de Cristo. A esposa de um pastor aqui de Nova York me disse: “Acredito que a Igreja de Times Square bagunçou com todas as igrejas carismáticas da cidade. Você está sabendo disso, não está?” Eu não sabia disso. Não sei se realmente é verdade. Mas se for, e se for devido à arrogância no púlpito ou devido às pessoas estarem alardeando que esta é a única igreja que prega a verdadeira santidade, então estaremos cometendo um terrível erro! Mas por outro lado, se os ministros e as congregações estão sendo “transtornados” porque pregamos a realeza de Cristo sem concessões , se as pessoas estão deixando algumas destas igrejas porque seu pecado não foi exposto e desafiado - se as pessoas saem daqui tornando-se mais como Jesus, andando na Sua pureza - então somos o tipo certo de agitadores do Espírito Santo!
Posso lhe garantir a partir da Palavra de Deus que nada abala ou enfurece mais as igrejas e os pastores mortificados que uma pessoa se movendo na plenitude de Cristo, que viva e pregue um evangelho que exija santidade como a de Paulo. Ela se torna uma repreensão!
Em toda igreja você encontra uns poucos “cristãos consagrados” como Paulo chamava. Mas no dia que você disser como Paulo: “As coisas deste mundo são como estrume. Deixo os ídolos para servir o meu Rei. Não vou mais servir a dois senhores. Vi uma grande luz e me afastei dos ímpios, dos incrédulos, dos apóstatas, dos obreiros da iniquidade” - neste dia você será marcado como agitador! Deveria você “ir até eles” como Paulo fez e compartilhar a luz que você recebeu, arrancando os outros do engano? Certamente! Por fone, através de visitas, de tapes, de todas as maneiras, vá disposto até mesmo a dar sua própria vida por eles.
“E logo, durante a noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas...” (Atos 17:10). Mais uma vez parecia que Satanás tinha vencido a batalha, tendo os dois de fugir da cidade na escuridão da noite. Imagine só as pessoas se jactando com orgulho no sábado seguinte: “Que belo 'reavivamento' hein? Nós chegamos aqui antes deles, e continuamos aqui agora que se foram. As pessoas simplesmente não querem este tipo de pregação por aqui! Prossigamos com Deus, sem interrupções destes agitadores da santidade!” Mas Paulo e Silas tinham desviado os olhos dos convertidos de si próprios para Jesus, que puderam sair da cidade e o corpo ainda continuar florescendo. Sob perseguição a igreja de Tessalônica ficou tão forte na fé, que se tornou uma testemunha poderosa para toda a Ásia - e a alegria do coração de Paulo!
Paulo agitou as coisas bem lá no seu trabalho pregando Jesus o Rei com o poder da ressurreição: “...dissertava...na praça todos os dias...pregava a Jesus e a ressurreição” (Atos 17:17-18). Se há um lugar onde os cristãos escondem sua luz mais do que em qualquer outro é no seu lugar de trabalho. Há multidões de cristãos neste país que se assentam na casa de Deus proclamando seu intenso amor por Jesus, porém quando vão para o trabalho, são tímidos e envergonhados de Cristo! Como Pedro, dizem com seu silêncio: “Não conheço este homem!” Temem perder seus empregos e também serem ridicularizados ou rejeitados.
Por que há esta covardia silenciosa em relação a Jesus no trabalho em cristãos que oram, devoram a Palavra, e andam em santidade? É porque, diferentes de Paulo, nossos corações não se agitam ao vermos por todo lado as pessoas entregues à idolatria (v. Atos 7:16). Temos a ousadia de dizer: “Mas Paulo era um pregador. Ele foi chamado para esta tarefa!” Todos somos embaixadores de Jesus Cristo e somos ordenados a jamais ocultar nossa luz sob um alqueire.
Os atenienses eram igualzinhos às pessoas com as quais você trabalha hoje, pois eles “de nenhuma outra cousa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade...em tudo...um tanto supersticiosos” (Atos 17:21-22). Nos EUA muitos cristãos foram levados a crer que o Presidente era um crente nascido de novo em Cristo, mas o tempo todo parece que ele a esposa consultam os astros! Torna-se agora visível que os moradores da Casa Branca são supersticiosos e têm sido guiados por condutores espíritas! Creio que Deus se zanga com isso pois mentimos para o mundo ao proclamar: “Nós confiamos em Deus.” A ira de Deus é expressa em Isaías: “As tuas vergonhas serão descobertas, e se verá o teu opróbrio; tomarei vingança...multidão das tuas feitiçarias e da abundância dos teus muitos encantamentos. Porque confiaste na tua maldade e disseste: Não há quem me veja. A tua sabedoria e a tua ciência, isso te fez desviar...Pelo que sobre ti virá o mal que por encantamentos não saberás conjurar...Deixa-te estar com os teus encantamentos e com a multidão das tuas feitiçarias...Levantem-se, pois, agora os que dissecam os céus e fitam os astros; os que em cada lua nova te predizem o que há de vir sobre ti.” (Isaías 47:3, 9-13). “Se te remontares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, de lá te derribarei...” (Obadias v.4). Segundo estas Escrituras, tais líderes são levados à vergonha!
E assim ocorre no país inteiro: a maioria das pessoas que o cercam no trabalho estão entregues à idolatria, às fofocas, e a todos os tipos de superstição. Em Wall Street a última palavra é a “força do cristal”! Corretores ricos e poderosos jogam milhares de dólares num pedaço de cristal ou de jade e os colocam no escritório para receberem “raios brilhantes” e “vibrações” para lhes passar segredos. Outros vão para a ioga, meditação, ocultismo, e agora muitos não fazem nada antes de consultarem seus gurus ou o horóscopo!
Atenas era uma cidade inteiramente entregue à idolatria. O pecado e impiedade deveriam ser ainda maiores do que o que temos nas grandes metrópoles de hoje, pois inexistia a luz do evangelho, não havia igreja lá. A população estava sob a influência de duas poderosas doutrinas ilusórias: a dos epicureus e a dos estóicos - doutrinas gêmeas, satânicas! Os epicureus não acreditavam na vida pós morte. Criam que a morte é o fim de tudo, e que a felicidade era alcançada através de um desligamento meditativo, e que a alegria só podia ser encontrada na amizade. O resultado era sensualidade, glutonaria, prazeres exóticos. Os estóicos, por outro lado, possuíam uma religião de racionalizações humanas, de proximidade com a natureza. Arrazoavam que servir a outra pessoa através do amor produzia dor e sofrimento; por isso encorajavam-se a encontrar a salvação na natureza, alinhando a vontade com a sabedoria universal. Era algo tão desesperador que muitas vezes levava ao suicídio. [Hoje chamamos isso de “nova era”, com Satanás procurando se tornar a mente universal.] No fim os atenienses acabavam se degenerando em sádicos sanguinários, encontrando prazer no morticínio de gladiadores.
Em seu tempo, Atenas era uma das cidades mais modernas, avançadas e intelectuais do mundo. Era pomposa, agitada, forte, e ímpia! Fico imaginando Paulo, um construtor de tendas, enquanto esperava que Silas e Timóteo chegassem da Beréia, indo ao mercado da praça procurar agulhas, cordas novas, e comparar as lonas.
Paulo tinha visitado muitas cidades e já tinha visto de tudo: a bebedeira de Corinto, o espírito homossexual que governava Roma, as trevas espirituais de Jerusalém. Mas nunca permitiu que seu coração se endurecesse; ele ainda ficava tocado por tudo isto. Ao andar pela praça de Atenas vertendo lágrimas, “o seu espírito se revoltava...” (Atos 17:16). Paulo não tinha estratégia, um plano para evangelismo, um esquema ou tática. Ele tinha apenas um coração quebrantado cheio da apreensão de Cristo. Dizia para si: “Todos eles estão indo para o inferno. Estão todos perdidos, cegos. Alguém tem de fazer alguma coisa!”
Eu pergunto àqueles que vivem em Nova York ou que a visitaram, alguma vez vocês ficaram no cruzamento de Times Square ao meio dia e olharam as multidões, a massa humana de profissionais passando na correria, ou à noite já viram a escória da humanidade vagando? Você não chorou “Senhor, eles estão perdidos! Esta cidade está indo para o inferno - o diabo está fazendo o que quer, e parece que ninguém quer corrigir esta loucura!”? Ou você está tão acostumado com as trevas, a pobreza, o crime, a sujeira, e tão enjoado dos mendigos, que nem se agita mais? Sei como a gente se sente sendo bombardeado por mendigos por todos os lados, sabendo que as esmolas vão para as drogas e álcool. Você não pode concordar com isto; mas há o perigo de se permitir que se formem calos no coração, e então no trabalho você não se agita mais pelo pecado e pela dor que o cerca.
Paulo não foi dissuadido pela imensidão do problema. Não ficou aniquilado pela força que Satanás tinha na cidade porque sabia que tinha uma arma secreta contra isso: o poder de ressurreição do evangelho! Paulo desviou o olhar daquilo que o diabo tinha feito, e se concentrou no que Jesus poderia fazer na força da ressurreição! Não importava que o chamassem de “tagarela”, querendo dizer parasita, desocupado, pregador de besteiras. Alguma vez você foi chamado de “agitador que fala muito”? Alguém já lhe disse: “Pare de ultrapassar os meus direitos. Pare de forçar sua religião em cima de mim. Pare de tentar me fazer crer nas coisas que você crê!” Nenhuma destas zombarias puderam parar Paulo porque seu coração estava sangrando. Eles que falassem o que quisessem, ou lhe chamassem como quisessem - ele sabia que se não assumisse uma posição por Cristo, eles morreriam no pecado, sem receberem um testemunho.
Não é suficiente só viver uma vida correta ou “dar um bom exemplo”. Por muito tempo nos escondemos no velho clichê: “o que você faz, fala mais alto do que você diz.”
Nos declaramos testemunhas silenciosas vivendo a vida de Cristo. O testemunho precisa incluir a palavra sendo proferida: “Eis o grito dos teus atalaias! Eles erguem a voz...” (Isaías 52:8). “...E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Romanos 10:14).
“Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. As multidões atendiam, unânimes, às cousas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados. E houve grande alegria naquela cidade”(Atos 8:5-8). Filipe era um leigo, cheio do Espírito Santo. Não era um homem de púlpito, mas um leigo que simplesmente cria no poder da vida ressurrecta de Cristo. Então ele ia para todos os lados esperando milagres. Era um homem da praça principal.
Nunca produziremos impacto nesta cidade e em nenhuma outra até que todo membro do corpo se torne um Filipe consumido por Cristo, um evangelista leigo com fé para expulsar espíritos imundos, e com fé para orar pela salvação e a cura de seus companheiros de trabalho. Nós podemos e vamos agitar esta cidade corrompida!
Os Irmãos de Plymouth começaram em Plymouth, na Inglaterra há muitos anos atrás. Constituíam um grupo piedoso que levava o evangelho às ruas. Que amor eles tinham pelas almas! Um grande reavivamento irrompeu e Cristo foi revelado a eles como um glorificado homem no céu. Mas eles se consumiram tanto estudando Cristo, se concentraram tanto na sua forma de adoração, que perderam a paixão pelas almas que estavam morrendo. Dividiram-se em dois grupos, os irmãos abertos e os fechados. Os irmãos fechados acabaram permitindo que ninguém participasse da comunhão com eles a menos que fossem convidados. Hoje tudo o que resta do movimento original são os grandes escritos de homens como Darby, Stoney, Mackintosh, e Raven, todos grandes ensinamentos sobre Cristo e a santidade. Mas o elitismo espiritual tinha se infiltrado, sem ardor pelas almas.
Necessitamos da Palavra profunda, pura e da ardente paixão pelos que se perdem.
Podemos ouvir tanta pregação e ensino, que nos tornamos “tardios em ouvir” (Hebreus 5:11). Recebo pacotes de profecias, longos e complicados escritos “espirituais” da parte de cristãos, que afirmam estar passando dias, semanas e até meses em oração. É uma tempestade de “assim diz o Senhor”, muitos destes sem o menor significado! Um marido me pediu para orientar sua esposa. Ela disse às pessoas como que, supostamente morreu e foi para o céu, dançou com Jesus, e saltou de pára-quedas em queda livre com Ele! Ela afirmava que a revelação chegou após orar por horas.
Por que estas pessoas queridas não estão lá fora no meio do povo pregando um Jesus ressurrecto? Por que gastam seu tempo censurando os outros sem se quebrantar pelos que se perdem? A melhor cura para isso é entrar no meio dos pecadores, pregando, curando, expulsando demônios. Nós oramos “Vem, Espírito Santo!” Mas para quê? Só para nos abençoar e atender às nossas necessidades? Ou para nos equipar e nos revelar o coração partido de nosso Senhor? As últimas palavras de Jesus antes de deixar a terra foram: “Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho à toda criatura” (Marcos 16:15).
Temos orado para que Deus feche o bar de travestis vizinho à nossa Igreja de Times Square. O proprietário nos disse: “Pessoal: vocês estão com um terrível problema. Vocês não sabem com quem estão lidando!” Não! Ele é que não sabe com quem está lidando!
Jesus disse: “Toda a autoridade me foi dada...” (Mateus 28:18). Logo, “afirmemos confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá fazer o homem?” (Hebreus 13:6). Paulo ora “para saberdes...qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder, o qual exerceu ele em Cristo...acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as cousas debaixo dos (Seus) pés...” (Efésios 1:18-21).
“...sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder” (Efésios 6:10). Satanás está colocando medo em alguns de vocês: medo de cair, medo daquele pecado que assedia ou de um hábito que persegue, e medo dos homens. Mas a Palavra diz: “...resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tiago 4:7). Quem foge não é você! “Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus...” (Atos 4:33).
“Ainda que um exército se acampe contra mim, não se atemorizará o meu coração; e, se estourar contra mim a guerra, ainda assim terei confiança...Pois, no dia da adversidade, ele me ocultará no seu pavilhão...elevar-me-á sobre uma rocha” (Salmo 27:3,5).