Uma Cabana no Telhado!

Aqui na Igreja de Times Square designamos o ano de 1988 como o ano de oração pelo reavivamento. Por "reavivamento" não estamos pensando em algum grande alvoroço emocional, com pessoas vindo de quilômetros a fim de ver algo sensacional. Nada disso; queremos um povo preparado - preparado em santidade. Queremos um reavivamento da santa presença do Senhor, onde as coisas sejam tão agradáveis a Deus, que Ele descerá para cuidar de cada necessidade; um reavivamento onde Sua glória seja revelada!

No oitavo capítulo de Neemias encontra-se o que chamo de "cinco provas absolutas de reavivamento". Não se pode chamar de reavivamento ou despertamento a menos que estejam presentes todas essas cinco evidências. Neemias é um livro que fala de reavivamento. É a história de 42.360 judeus que do exílio na Babilônia voltam a Jerusalém para reconstruir os muros e voltar aos antigos caminhos de santidade e de verdadeira adoração. A sua saída da Babilônia representa o tipo de crente que deixa as igrejas mortas, igrejas que fazem concessões, mundanas, e saem como remanescentes dirigindo-se para a Sião Santa afim de voltar aos antigos caminhos, e prosseguir com um povo e pastores que andam na verdade.

Este remanescente santo arregaçou as mangas e trabalhou em unidade para remover o entulho e a sujeira que haviam poluído Jerusalém. Reconstruíram os muros que estavam em ruínas e edificaram as portas. É isto que estamos fazendo na Igreja de Times Square: removendo o entulho que foi acumulado, o entulho das falsas doutrinas, do materialismo, do pecado e da contemporização no púlpito e nos bancos! Estamos reconstruindo os muros que desmoronaram. Centenas de pessoas do povo de Deus têm sido saqueadas e devastadas pelas forças satânicas; lares e casamentos têm vivido em torvelinho; muitos estão desviados, morrendo de fome pela palavra de Deus. Temos trabalhado juntos para erguer os muros e as portas para manter o inimigo do lado de fora. Deus reuniu um remanescente de todos os que escaparam da Babilônia e estão prontos a dar os cinco grandes passos que levam à restauração e ao reavivamento.

"Chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas, e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel. Assim Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e perante todos os que podiam entender o que ouviam , no primeiro dia do sétimo mês. Leu nela de frente para a praça que está diante da Porta das Águas, desde a alva até o meio-dia, perante homens e mulheres, e os que podiam entender. E os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei...Abriu Esdras o livro à vista de todo o povo, porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé" (Neemias 8: 1-3, 5).

O grito de seus corações era: "Traga-nos a verdadeira palavra do Senhor!" Esdras se pôs em pé, sobre um púlpito de madeira, e leu a palavra de Deus durante seis horas enquanto a multidão em pé prestava atenção, aprendendo que a causa dos seus sofrimentos era sua própria obstinação e rebeldia. A mais segura evidência de reavivamento numa alma, numa igreja, ou numa cidade é a grande fome de ouvir a palavra de Deus. Os cristãos desviados não querem ouvir a palavra - ela os aborrece! O que eles querem é agitação. Os pregadores apóstatas não pregam muito da palavra de Deus - pelo contrário, fazem pequenos sermões breves. Não pregam a Lei porque isto produz convicção de culpa e sacode a igreja! Ela faz com que aqueles que fazem concessões se torçam!

Onde o Espírito Santo está em ação, as pessoas nos bancos clamam pela palavra. Recebo centenas de cartas de santos esfomeados gritando: "Estamos com tanta fome. Não ouvimos a verdadeira palavra. Recebemos a letra morta sem nenhuma unção - pão adormecido!" Onde Deus está em ação há Bíblias por toda parte. Há excitação em relação à pregação e ao ensino, com verdadeira reverência pela palavra. Esta é amada e honrada. Quão triste é que em muitas igrejas carismáticas a pregação é simplesmente aturada. Não agüentam esperar até o final, para chegar ao louvor e à adoração. O que desejam é música, entretenimento, e cantores especiais! Quando o Espírito Santo vem, já não há evangelista ou mestre espetacular no palco central, senão a palavra sendo aclamada. O grito desta gente será: "Senhor, eu quero tudo: o bom, o mau, os mandamentos, as promessas, e todo o conselho de Deus!"

"Esdras louvou ao Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém! Amém! levantando as mãos. Então se inclinaram e adoraram ao Senhor, com o rosto em terra. Os levitas...ensinavam a lei ao povo, e o povo estava no seu posto. Leram no livro da lei de Deus, esclarecendo-a e explicando o sentido, de modo que o povo pudesse entender o que se lia. Então Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam o povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus, pelo que vos não lamenteis, nem choreis. Pois todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei" (Neemias 8: 6-9).

A primeira reação do povo à palavra foi de excitamento e alegria. Gritavam: "Amém! Amém!" levantando as mãos. Davi diz: "Erguei as mãos no santuário e bendizei ao Senhor" (Salmo 134: 2). Mas a palavra logo os fez inclinar-se sobre seus rostos. Isto é verdadeiro arrependimento: quando a palavra de Deus nos faz prostrar com o rosto em terra. "Inclinaram-se e adoraram o Senhor com o rosto em terra". "Todo o povo chorava ouvindo as palavras da lei." Tremeram diante da palavra de Deus, depois levaram-na a sério e se arrependeram!

Quando acontece o reavivamento do Espírito Santo, os cristãos não guardam rancores - não fazem mexericos, não caluniam nem vivem procurando erros nos outros. Não vivem procurando endireitar a igreja ou os pastores. Não ficam sentados em roda vidrados na TV! Não! Eles se dobram sobre seus rostos, diante de Deus, chorando, porque a palavra despedaçou-lhes o coração. Não julgam, nem olham para os outros. Estão sendo convencidos pela palavra por não estarem eles mesmo à altura dela!

"Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si. Este dia é consagrado ao nosso Senhor. Não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força. Os levitas fizeram calar a todo o povo, dizendo: Calai-vos, pois este dia é sagrado. Não vos entristeçais. Então todo o povo se foi a comer, a beber, a enviar porções e a celebrar com grande alegria, porque agora entendiam as palavras que lhes foram comunicadas" (Neemias 8: 10-11).

Em qualquer lugar onde o amor à palavra de Deus é restaurado e há arrependimento, e onde se verifica a extinção do pecado, sempre se manifestará uma onda poderosa de alegria e celebração.

Mas há um tipo de alegria hipócrita e celebração falsa na terra em nossos dias: é a celebração do eu e da idolatria - a dança ao redor do bezerro de ouro! Necessitamos de grande discernimento para diferenciar entre a verdadeira alegria do arrependimento e o falso regozijo dos idólatras.

Moisés e Josué desceram do monte e ouviram uma gritaria no acampamento: "Não é alarido dos vitoriosos, nem alarido dos vencidos, mas é a voz dos que cantam que eu ouço" (Êxodo 32: 18). Estavam todos gritando, cantando e dançando, e Moisés sabia todo o tempo que aquilo era da carne. Ele sabia que eram um povo de dura cerviz, rebelde, cheio de lascívia, imoralidade, luxúria e sensualidade. Era o grito da idolatria!

Você é capaz de estabelecer a diferença? Se não houver pregação da Lei para convencer do pecado, se não houver choro ou rostos inclinados até o chão, se não houver amor à palavra reprovadora de Deus, se não houver arrependimento - então não há grito espiritual, não há cântico piedoso! Tome cuidado! Você pode ser pego no cântico da idolatria.

Por que houve tanta alegria, tanto espírito festivo de júbilo neste reavivamento registrado no livro de Neemias? Eles tiveram uma grande felicidade "porque agora entendiam as palavras que lhes foram comunicadas" (Neemias 8: 12). Em outras palavras, eles a discerniram e a levaram a sério: obedeceram!

"No dia seguinte ajuntaram-se os cabeças de famílias de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, na presença de Esdras, o escriba, para atentarem nas palavras da lei. Acharam escrito na lei que o Senhor ordenara por intermédio de Moisés, que os filhos de Israel habitassem em cabanas, durante a festa do sétimo mês, e que publicassem e fizessem passar pregão por todas as suas cidades, e em Jerusalém, dizendo: Saí à região montanhosa, e trazei ramos de oliveiras, ramos de zambujeiros, ramos de murtas, ramos de palmeiras e ramos de árvores frondosas, para fazer cabanas, como está escrito. Assim saiu o povo, e trouxeram os ramos e fizeram para si cabanas, cada um no eirado da sua casa, nos seus pátios, nos átrios da casa de Deus, na praça da Porta das Águas e na praça da Porta de Efraim. Toda a congregação dos que tinham voltado do cativeiro fizeram cabanas e nelas habitaram . Nunca tinham feito assim os filhos de Israel desde os dias de Josué, filho de Num, até aquele dia. E seu regozijo foi muito grande" (Neemias 8: 13-17).

A palavra do Senhor foi restaurada e o arrependimento e a obediência foram autênticos. A alegria do Senhor se tornara a força deles, mas algo estava faltando: as cabanas! Não pode haver reavivamento real e duradouro, nem a plenitude de Deus, enquanto não erigirmos uma cabana! Esta é verdadeiramente uma mensagem para estes últimos dias.

Os líderes, os sacerdotes e os levitas ajuntaram-se a Esdras para examinar as escrituras e ver o que Deus desejava deles. Encontraram algo que o Senhor havia ordenado anos antes, um mandamento perpétuo que tinha sido negligenciado desde os dias de Josué. Este mandamento encontra-se em Levítico 23: 40-43:

"No primeiro dia tomareis para vós frutos de árvores formosas, folhas de palmeiras, e ramos de árvores cheias de folhas, e durante sete dias vos alegrareis perante o Senhor vosso Deus. Celebrareis esta festa ao Senhor durante sete dias cada ano. É estatuto perpétuo pelas vossas gerações; no sétimo mês a celebrareis. Sete dias habitareis em tendas: Todos os naturais em Israel habitarão em tendas, para que saibam as vossas gerações que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando os tirei da terra do Egito. Eu sou o Senhor vosso Deus."

Por sete dias o povo de Deus devia erigir um abrigo provisório (no hebraico, "Sukkah") feito com teto de vários ramos. A ordem que receberam era para morar em seus abrigos por sete dias.

O jornal New York Times publica, na época certa, uma seção inteira sobre a construção do Sukkah. Na cidade de Nova Iorque elas são construídas sobre minúsculas sacadas, pequenos quintais, e no alto dos telhados no fim de setembro, indo até à primeira semana de outubro. Dos 613 mandamentos judaicos, este ainda é considerado dos mais importantes. Os judeus ortodoxos o praticam rigorosamente. Morar na cabana atualmente ainda significa: "Estamos só de passagem por este mundo - apenas passando a noite - de modo que não devemos ficar interessados em seus prazeres e vaidades." A Sukkah é tão sagrada para o judeu que é ato pecaminoso tirar até mesmo uma lasquinha dela e usá-la como palito de dentes! Até mesmo um odor desagradável a poluirá. Diz-se: "Se alguém não pode guardar o Sukkah (Festa dos Tabernáculos ou das Tendas), não pode guardar nenhum dos 613 mandamentos do Torá!"

Os dirigentes de Jerusalém na época de Neemias fizeram uma proclamação: "Celebraremos de novo a festa do Sukkot! Saiam às montanhas e tragam ramos de oliveiras, de pinheiros, de murta e de palmeiras. E construam sua Sukkah, conforme está escrito." Que emoção deve ter enchido o ar: crianças e famílias, todas carregando ramos, construindo Sukkahs! Que bela vista deve ter sido do alto: sobre cada teto uma cabana - em cada terreno vazio ou praça da cidade, no pátio do templo, os visitantes acampando-se - até mesmo Esdras, Neemias e todos os sacerdotes! Por sete dias ninguém comia ou dormia em sua próprias casa - ninguém dormia nos alojamentos. Toda a população morava nestas cabanas provisórias!

Não eram sete dias de dureza. Ao contrário, eram sete dias de júbilo, de grande alegria. "Durante sete dias vos alegrareis perante o Senhor vosso Deus" (Levítico 23: 40). "Durante sete dias celebrarás a festa ao Senhor teu Deus, no lugar que o Senhor escolher. Pois o Senhor teu Deus há de abençoar-te em toda a tua colheita e em toda obra das tuas mãos, e a tua alegria será completa" (Deuteronômio 16:15).

Há, hoje, muita pregação sobre esta Festa dos Tabernáculos. Dizem que a igreja está entrando no seu tempo de colheita, "uma colheita do grão e do vinho", um tempo de bênção e prosperidade - que estamos numa época de grande regozijo e cânticos, um tempo de gloriosa alegria no Senhor! O que está ausente dessa mensagem é a Sukkah, a mudança para a cabana! Todo o louvor, adoração, alarido, e alegria deviam estar sob a cabana, "no lugar que o Senhor escolher".

Que é que tudo isto significa para nós hoje? Que é que a Sukkah tem que ver com andar com Jesus agora mesmo?

Os sete dias passados na cabana aludiam ao espaço de vida humana de setenta anos. A Sukkah lembrava-lhes a brevidade da vida aqui. O desaparecer da cor e do brilho das folhas representava a decadência da vida, da saúde e da força. Deus queria que os seus corações e mentes estivessem postos na eternidade. Eles deviam lembrar a si mesmos e aos filhos: "Estamos apenas acampando aqui. Não nos regozijemos somente por todas as bênçãos temporais, mas nossa esperança e alegria estão na cidade que desce do céu, Sião!"

No tempo de Neemias, era isto que Deus queria que entendessem: "Vocês reconstruíram os muros, assentaram as portas, estabeleceram lares, e plantaram hortas e vinhas. O Senhor tem sido bom, mas este não é o lugar de repouso do povo. Vocês devem buscar uma cidade cujo arquiteto e edificador é Deus!" Davi amava Sião, sua cidade. Ele escreveu grandes poemas e cânticos a respeito da sua beleza: "Formoso de sítio, a alegria de toda a terra é o monte de Sião...a cidade do grande Rei" (Salmo 48:2). Davi ficou rico, e deu carregamentos de ouro e prata para a edificação do templo, "de ouro, de prata, de bronze e de ferro que não se pode contar" (I Crônicas 22:16). Entretanto, Davi faz esta incrível declaração: "pois habito contigo como um estrangeiro, um peregrino, como o foram todos os meus pais" (Salmo 39:12). Isto foi dito depois que Israel estava estabelecido e próspero. "Peregrino" significa estrangeiro residente, alguém que está de passagem. A palavra "estrangeiro" no hebraico deriva-se de uma raiz que significa "encolher-se de medo, como num lugar estranho". Nossos pais na fé consideraram este mundo "uma terra estranha". Eram estrangeiros, cidadãos de outro mundo.

"Pela fé Abraão, sendo chamado para um lugar que havia de receber por herança, obedeceu e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé peregrinou na terra da promessa, como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros como ele da mesma promessa. Pois esperava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é arquiteto e construtor. Todos estes morreram na fé. Não alcançaram as promessa. Viram-nas de longe, e as saudaram. E confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Ora, os que dizem tais coisas, claramente mostram que estão buscando uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de voltar. Mas agora desejam uma pátria melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, pois já lhes preparou uma cidade" (Hebreus 11: 8-10, 13-16).

Eles desejavam uma "pátria melhor, isto é, a celestial". Há uma pátria melhor do que qualquer terra natal. É a Nova Jerusalém - céu com Cristo.

Por que Deus iria colocar a nação inteira em cabanas por sete dias? Porque Ele conhece o terrível perigo que seus filhos correm quando abençoados. Ele sabe com que facilidade somos levados de roldão e nos esquecemos dEle, tornando-nos cegos pelo comodismo e conforto. Ele sabe quão propensos somos a auto-adulação, tornando-nos enredados pelas coisas da terra.

O cântico de Moisés foi uma profecia, predizendo a apostasia final do povo de Deus uma vez que se tornassem prósperos. "Engordando-se (o povo de Deus), deu coices (tornou-se ingovernável); engordou-se, engrossou-se, cobriu-se de gordura, e deixou a Deus, que o fez, desprezando a Rocha da sua salvação" (Deuteronômio 32:15). Esta não é uma mensagem apenas para os abastados, mas para todos nós. Quanto mais somos abençoados, mais tendemos a querer, a cavar neste mundo, a afeiçoar-nos, a comprar e gastar mais. Tudo quanto compramos é mais uma corda que nos amarra a esta terra! O Senhor quer que nossos corações estejam "na cabana", na Sukkah. Todo santo dia, muitas vezes ao dia, Ele nos lembrará: "Sou estrangeiro! Sou só um peregrino! Não tenho raízes aqui. Estou a caminho de uma pátria melhor. Graças Te dou, Senhor, por todas as minhas bênçãos - porém me regozijo de ser um cidadão de "Sião."

Tudo o que Deus nos dá é dado em arrendamento! Somos apenas os arrendatários. Há muita coisa escrita sobre a Terra Prometida. Deus prometeu dar a Israel a terra de Canaã, terra que mana leite e mel, mas Deus nunca lhes deu a escritura de propriedade -- Ele só arrendou a eles. "A terra não será vendida perpetuamente, porque a terra é minha; e vós estais comigo estrangeiros e peregrinos" (Levítico 25:23). Eles só podiam vender os direitos da colheita, e até os mais pobres tinham sua terra liberada no ano do Jubileu.

Deus é o dono de tudo que temos. Continuamos dizendo: "Senhor, eu Te dou isto de volta!" Mas na realidade nunca possuímos nada. "Pois meu é todo animal da selva, e o gado sobre milhares de colinas...é meu tudo o que se move no campo...pois meu é o mundo, e tudo o que nele há" (Salmo 50: 10-12). O Senhor está dizendo: "Vá para a cabana em cima do telhado - examine o seu coração!" Você é um mordomo justo da propriedade de Deus? À luz da eternidade, à luz da fragilidade da vida, quanto você gasta consigo mesmo, em comparação com a obra de Deus?

O grande efeito do derramamento do Espírito Santo é a colocação de tudo sobre o altar de Deus, à medida que retiramos nossos olhos das coisas que possuímos. Foi dito no Pentecostes: "Era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns" (Atos 4:32).

"Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências da carne, as quais combatem contra a alma" (I Pedro 2:11). É quase impossível a qualquer um que esteja abaixo dos cinqüenta anos de idade pensar em valores eternos, pois supõem que ainda têm muito tempo de sobra. Quando a gente entra na casa dos sessenta e dos setenta anos, a natureza nos ensina quão breve é a vida; fica muito mais fácil pensar em ser estrangeiro aqui! Mas Deus faz todos nós pararmos no vigor da vida, nos alegrarmos, e depois prestar atenção a nós mesmos: "Será que nossa juventude, nossas paixões danosas, valem o risco à luz da eternidade?"

Moisés preferiu "ser maltratado com o povo de Deus do que, por algum tempo, ter o gozo do pecado" (Hebreus 11:25). Igualmente o Senhor instruiu-nos a ir para a cabana, considerar a brevidade da vida, sofrer por algum tempo, suportar pela alegria que está diante de nós (veja Hebreus 12:2). "O que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e logo se desvanece" (Tiago 4:14). Experimente dizer isto aos jovens!

A cabana tem o objetivo de tirar o mundo de nós. Vá para lá! Despedace a ambição! Mate o orgulho! Todos os objetivos fracassados determinados pela ambição, são portas abertas para paixões e pecados de todos os tipos. As pessoas dizem: "De que adianta? Nunca conseguirei nada." E assim entregam os pontos! Estão dando ouvidos a espíritos mentirosos. Reconheça estas vozes pelo que elas são: demoníacas.

Sem uma vida de arrependimento e de separação do mundo não pode haver verdadeiro reavivamento. "Os da linhagem de Israel apartaram-se de todos os estrangeiros, puseram-se em pé e confessaram os seus pecados e as iniqüidades de seus pais" (Neemias 9:2). Onde quer que haja restauração bíblica, haverá uma consciência sempre crescente do chamado do Senhor para separação de tudo o que é mundano e sensual.

Tenho observado no decorrer dos anos que o cristão de viver santo, que se consome em Cristo, é que influencia o mundo secular. Os ímpios esperam que os cristãos sejam separados e limpos. Esperam que os cristãos sejam totalmente diferente deles. Nas ruas infestadas de crimes das grandes cidades, com espíritos demoníacos enfurecidos por todos os lados - só um cristão puro, separado, cheio de Cristo, pode caçar o inimigo. Aqueles que fazem concessões são afugentados e seus próprios pecados os condenam.

Deus está levantando um remanescente de crentes que desejam o reavivamento -- e estes serão moldados à imagem de Jesus Cristo. E quando o reavivamento vier em sua plenitude, a maioria dos cristãos não o reconhecerá - ou, se o reconhecerem, o rejeitarão. O remanescente separado ouvirá o som da trombeta e saberá o que Deus está dizendo.

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