O Velho Testamento é recheado de relatos a respeito das maravilhosas bênçãos que vieram aqueles que andavam na presença de Deus.

A presença de Deus era tão evidente na vida de Abraão, que até mesmo os pagãos que o cercavam reconheciam a diferença entre suas vidas e a dele: “Abimeleque... falou com Abraão, dizendo: Deus é contigo em tudo o que fazes” (Gênesis 21:22). Este rei pagão estava dizendo: “Existe algo diferente em você, Abraão. Deus está contigo por onde quer que você vá”.

“Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2 Coríntios 3:18).

Quando Jesus Cristo é nosso Senhor, Ele determina que a luz de sua benevolência resplandeça em nossa alma.

Essa glória de Cristo – sua terna benevolência que brilha em nossos corações enquanto oramos e buscamos Sua Palavra – nos transforma “de glória em glória” na imagem de Cristo. E a revelação do amor, compaixão e carinho que dele recebemos deve resplandecer em nós para os outros.

“Pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno” (2 Coríntios 4:17-18).

Paulo está nos dizendo: “Tire seus olhos dos problemas. Não foque nas coisas que estão vindo sobre a terra, pois todas passarão. Seus problemas não significam nada diante da glória eterna que aguarda o povo de Deus. No primeiro instante com Ele no paraíso, você não se lembrará de mais nada!”

Nós, cristãos, lutamos muito para descobrir a vontade de Deus em nossas vidas. E, uma vez que acreditamos tê-la encontrado, trabalhamos duro para realizá-la.

Estou convencido que essa luta para encontrar a vontade de Deus – viver e andar nela, e ver sua realização – pode ser nossa maior batalha. E essa batalha intensifica-se quando nos encontramos em circunstâncias difíceis.

Há momentos na vida em que tudo parece muito sombrio, porém podemos dizer para Deus: “Eu deposito minha fé em Ti porque, embora minha condição pareça sem esperança, contigo nada é impossível (veja Lucas 18:27).

Em Marcos 5, lemos que Jesus estava a caminho da casa de um homem chamado Jairo, e uma multidão acompanhava a Ele.

Certa vez, quando Jesus viajou da Judéia para a Galiléia, o apóstolo João registrou que “era-lhe necessário passar por Samaria” (João 4:4). O fato é que Jesus não tinha que passer por Samaria para chegar à Galiléia, numa perspectiva geográfica. De fato, porque os Judeus odiavam os Samaritanos e regularmente tomavam o caminho mais longo ao redor para evitar aquela região.

Nas últimas semanas, eu pedi ao Senhor uma palavra que me trouxesse paz no meio de todas as más notícias.

Eu ouvi o Espírito Santo sussurrar: “David, contemple a glória de Cristo. Isto é o que te manterá ancorado na paz”.

“Obrigado, Senhor” eu orei. “Mas o que é realmente a glória de Cristo?”

Para mim, Sua glória se resume em algo que eu preciso e entendo: sua benevolência. Isto é mais do que a bondade de Cristo. É Sua benevolência – é a sua afetuosa benevolência.

Paulo escreve: “De todos os lados somos pressionados . . . ficamos perplexos . . . somos perseguidos . . . abatidos, mas não destruídos (2 Coríntios 4:8-9).

“De todos os lados somos pressionados” – Você identifica-se com essa frase? Talvez você esteja enfrentando dor física, dificuldades conjugais, problemas financeiros, preocupações com seus filhos. Às vezes, a vida pode ser muito difícil.

Há pouco tempo atrás, um jovem cristão desabafou sua grande ansiedade comigo.

“Eu sinto um chamado do Senhor para trabalhar com jovens e crianças, mas todas as portas para o ministério simplesmente se fecham para mim. Eu oro para que outras portas se abram, mas Deus parece não ouvir meu clamor. Sinto-me tão inútil.

Paulo escreveu muitas de suas cartas para as igrejas aprisionado numa minúscula cela – limitado, desprezado, separado dos cristãos e, aparentemente, do ministério. Pense numa condição dolorosa. Mesmo assim, Paulo nunca considerou ser prisioneiro das circunstâncias, em vez disso, chamou a si mesmo “prisioneiro de Cristo” (veja Efésios 3:1).